A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) vai começar, esta semana, a rastrear, em todo o País, as próteses de silicone mamárias com a finalidade de identificar as da marca Poly Implant Prothèse (PIP) que foram implantadas em mulheres. Para isso, a entidade usará os dados do Cadastro Nacional de Implantes Mamários, formado pelas informações fornecidas pelos cinco mil cirurgiões plásticos associados à entidade.
A medida se torna necessária após a polêmica, iniciada em março de 2010, com o material usado nas próteses, quando as irregularidades na produção do produto foram detectadas pela agência sanitária francesa, que levou à falência da empresa, fundada em 1991, no sul da França. Uma reunião entre representantes da Anvisa, do Ministério da Saúde e integrantes das SBCP será realizada na quarta-feira, com o objetivo de determinar novos procedimentos a serem adotados.
Segundo a presidente da Comissão de Silicone da SBCP, Wanda Correa, com o uso dos dados vai ser possível detectar o Estado, a cidade, o médico que fez o implante e o motivo da cirurgia. Wanda lembrou que o cadastro foi eficaz na prevenção, em 2004, de casos de infecções em SP. “As mulheres que fazem implante de silicone, em regra, não sabem qual a prótese que têm no corpo, mas deveriam saber”, finalizou Wanda.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota nesta sexta-feira (6) onde manifesta sua preocupação com os desdobramentos relacionados aos problemas na fabricação das próteses da marca francesa Poly Implant Prothese (PIP). Confira texto abaixo na íntegra.
A entidade, que representa os mais de 370 mil médicos em atividade no país, recomenda à população e aos profissionais que observem as recomendações editadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e informa que está disposta a contribuir de todas as formas para oferecer maior segurança aos procedimentos.
De forma específica, o CFM pede calma e tranquilidade aos pacientes, em sua maioria mulheres, que receberam implantes de silicone. Para a entidade, essas pessoas devem buscar a orientação de seus médicos para uma avaliação de seu caso.
O Conselho Federal de Medicina informa que:
Acompanha com atenção o trabalho realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com a intenção de contribuir de todas as formas possíveis para oferecer maior segurança aos pacientes e aos médicos no exercício de sua profissão.
Recomenda à população e aos médicos que observem atentamente às orientações da Anvisa até que toda a situação seja totalmente esclarecida. Aos pacientes especificamente, em sua maioria mulheres, o CFM recomenda que mantenham a tranquilidade e evitem o pânico.
Nesta situação, o procedimento adequado é procurar seu médico para fazer avaliação das próteses implantadas e da sua situação clínica, se já não o fizeram por conta de seu acompanhamento regular. Todo caso deve ser avaliado de forma única, sendo pelo médico responsável pelo atendimento.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Janeiro de 2012
CFM, janeiro de 2012