O Sistema Único de Saúde (SUS) vai alterar o protocolo de tratamento da tuberculose. A nova apresentação contará com a administração de dois comprimidos, um em cada fase do tratamento, no lugar de cinco medicamentos. A expectativa é que os novos medicamentos estejam disponíveis até 2020, beneficiando 1,5 mil crianças menores de dez anos.
“A tuberculose é umas das principais causas de morte em todo o mundo. Em 2017, foi responsável por cerca de 1,3 milhão de óbitos. Apesar desse enorme preço para a saúde, a resposta à tuberculose foi, por muito tempo, lenta e subfinanciada, principalmente, na área de pesquisa e inovação. Por isso, o meu compromisso é promover ações colaborativas envolvendo diferentes países para inovação no diagnóstico, tratamento e atenção a essa doença, reduzindo óbitos e os impactos na vida dos nossos cidadãos”, assegurou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante uma coletiva de imprensa.
Como é realizado atualmente o tratamento pelo SUS?
Hoje em dia, são ministrados três medicamentos na fase intensiva: rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg + pirazinamida 150 mg. Na fase de manutenção, são dois medicamentos: rifampicina 75 mg + isoniazida 50 mg.
Como será?
Será administrada uma dose fixa combinada com um comprimido reunindo os três medicamentos. Na fase de manutenção, um comprimido vai reunir os dois remédios.
“Esse novo formato do tratamento vai reduzir os erros de dosagem, facilitar a administração, melhorar a adesão ao tratamento das crianças e reduzir os sofrimento da família”, afirma o Ministério da Saúde em seu portal.
Na opinião da pediatra Roberta Esteves Vieira de Castro, colunista da PEBMED, é necessário esperar a resolução final para verificar se existe a possibilidade da administração em crianças pequenas, através de solução ou diluição de comprimidos. Não somente pela dificuldade de deglutição nessa idade, mas também porque as doses são dependentes do peso.
País está à frente da estratégia de luta global contra a tuberculose
O Ministério da Saúde atingiu os “Objetivos do Milênio de Combate à Tuberculose”, que previam reduzir, até 2015, a incidência de mortalidade da doença pela metade, quando comparado aos resultados de 1990. Em 2018, entretanto, houve 72,8 mil casos novos nos país.
Aliás, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandeta, vai assumir em breve a presidência do Conselho da Stop TB Partnership. A instituição tem o objetivo de erradicar a tuberculose no mundo, sendo vinculada ao escritório das Nações Unidas, e conta com 1.700 representantes em mais de 100 países.
“Temos uma excelente oportunidade pela frente de preparar o caminho em nome do Conselho das Nações Unidas e da Stop TB Partnership, que acreditam que temos um importante papel a desempenhar na luta global contra a tuberculose. Durante o meu mandato, quero convidar nossos membros a abraçar essa causa, promovendo o acesso universal à saúde e abordagens inovadoras para tratar, curar e acabar com a tuberculose, para alcançar as metas da ONU HLM e erradicar a doença até 2030”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Os desafios do tratamento contínuo da tuberculose
Apesar de ter cura, o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose ainda continuar fazendo vítimas fatais. De cada dez indivíduos que iniciam o tratamento, pelo menos um abandona os medicamentos. A interrupção traz complicações que podem levar a óbito.
Além disso, pode aumentar o risco de transmissão da doença para outras pessoas. Por isso, o tratamento diário e contínuo é fundamental para a cura da enfermidade, que teve 75 mil novos casos registrados no ano passado no país.
O tratamento dura, em média, seis meses. Apesar da melhora dos sintomas já nas primeiras semanas após início, a cura só é garantida ao final do esquema terapêutico.
Original: https://www.portaldomedico.com/Noticia/Leia/5eeadb4b-3d52-47bd-9182-fb886643b611