O consumo de suplementos dietéticos vendidos para perda de peso, construção muscular e energia foi associado ao aumento do risco de eventos médicos graves em crianças e jovens comparado ao consumo de vitaminas, de acordo com nova pesquisa liderada pela Harvard T.H. Chan School of Public Health. O estudo, publicado online em 5 de junho de 2019 no Journal of Adolescent Health, descobriu que, em comparação com as vitaminas, esses tipos de suplementos estavam ligados a quase três vezes mais resultados médicos graves em jovens.
A Food and Drug Administration (FDA) emitiu inúmeros avisos sobre os suplementos vendidos para perda de peso, construção muscular ou melhora do desempenho esportivo, função sexual e energia. Sabe-se que esses produtos são amplamente comercializados e usados por jovens. Então, quais são as consequências para a sua saúde? Essa é a pergunta que este trabalho quis responder, disse a autora principal Flora Or, pesquisadora da Harvard Chan School’s Strategic Training Initiative for the Prevention of Eating Disorders.
Os pesquisadores analisaram relatórios de eventos adversos, entre janeiro de 2004 e abril de 2015, no U.S. Food and Drug Administration Adverse Event Reporting System – banco de dados de alimentos e suplementos dietéticos. Eles analisaram o risco relativo de eventos médicos graves, como morte, incapacidade e hospitalização em indivíduos com idades entre 0 e 25 anos que estavam ligados ao uso de suplementos dietéticos vendidos para perda de peso, construção muscular ou energia comparados às vitaminas.
Constataram que havia 977 relatos de eventos adversos relacionados ao suplemento único para a faixa etária alvo. Destes, aproximadamente 40% envolveram desfechos médicos graves, incluindo morte e hospitalização. Suplementos vendidos para perda de peso, construção muscular e energia foram associados a quase três vezes o risco de desfechos médicos graves em comparação com as vitaminas. Suplementos vendidos para função sexual e limpeza do cólon foram associados a aproximadamente duas vezes o risco de desfechos médicos graves comparados às vitaminas.
O autor sênior S. Bryn Austin, professor do Departamento de Ciências Sociais e do Comportamento, observou que médicos respeitáveis não recomendam o uso do tipo de suplementos dietéticos analisados neste estudo. Muitos destes produtos foram encontrados adulterados com medicamentos de prescrição médica, substâncias proibidas, metais pesados, pesticidas e outros produtos químicos perigosos. E outros estudos têm ligado a perda de peso e suplementos de musculação com derrame, câncer de testículo, danos ao fígado e até mesmo morte.
Segundo Austin, “Já é tempo de políticos e varejistas tomarem medidas significativas para proteger crianças e consumidores de todas as idades”, para que os fabricantes destes produtos e os revendedores não prejudiquem a juventude americana.
Este estudo foi financiado pela Ellen Feldberg Gordon Fund for Eating Disorders Prevention Research e pela Strategic Training Initiative for the Prevention of Eating Disorders.
Original: https://www.news.med.br/p/medical-journal/1340303/suplementos+dieteticos+ligados+a+eventos+graves+de+saude+em+criancas+e+jovens.htm
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