O edema agudo de pulmão (EAP) hipertensivo geralmente ocorre no contexto da descompensação da insuficiência cardíaca, devido a uma marcante elevação da PA e consequente aumento nas cargas ventriculares. A disfunção é predominantemente diastólica, havendo queda do débito devido a um enchimento cardíaco inadequado (redução da complacência ventricular).
Na emergência, o paciente chega com dispneia, ansioso, sudoreico, com má perfusão periférica e cianose. Deve ser imediatamente levado à sala de emergência, com monitor, oxigênio, acesso venoso e coleta de exames. Exames complementares incluem ECG, radiografia de tórax, oximetria de pulso, gasometria arterial e exames gerais, como função renal, eletrólitos, hemograma e EAS (podem ajudar a avaliar possíveis fontes de descompensação).
Nestes pacientes, a ventilação não invasiva deve ser indicada precocemente. Também lançamos mão das seguintes medicações:
● Furosemida: dose inicial é de 0,5 a 1 mg/kg IV, podendo ser repetida.
A furosemida IV causa venodilatação, diminuindo a pré-carga tanto do ventrículo direito quanto do esquerdo; também induz diurese aproximadamente 30 minutos após a administração.
● Morfina: dose usual de 2 a 5 mg IV a cada cinco a trinta minutos.
A morfina diminui a pré-carga, a pós-carga, a frequência cardíaca, a sensação de dispneia e a ativação do sistema nervoso simpático.
● Nitratos: dose inicial de nitroglicerina intravenosa é 5-10 μg/kg/min, podendo ser titulada a cada 3 a 5 minutos até a resposta desejada (dose máxima gira em torno de 100 a 200 μg/min).
A nitroglicerina melhora os sintomas, alivia a congestão pulmonar e melhora a perfusão coronariana.
● Nitroprussiato de sódio: dose inicial de 0,3 a 0,5 μg/kg/min, com aumentos de 0,5 μg/kg/min a cada 3 a 5 minutos (dose máxima é de 10 μg/kg/min).
O nitroprussiato é um potente vasodilatador arterial.
Referência:
MARTINS, HS et al. Emergências Clínicas: Abordagem Prática. 8 edição. Manole, 2013.
.