“Turista médico” é usado para definir aqueles pacientes que viajam para outros países em busca de atendimento médico. O termo surgiu principalmente porque muitos cidadãos dos EUA passaram a viajar para fora do país para procurar um atendimento médico mais barato. Ou seja, a principal razão para o “turismo médico” não é a busca por atendimento especializado, mas sim alternativas mais econômicas para sistemas de saúde que se tornaram onerosos demais para os pacientes.
O número de turistas médicos dentre todos os países em 2017 foi estimado em 14-16 milhões. Espera-se que o número de turistas médicos dos EUA e o número de turistas médicos no mundo aumentem em 25% ao ano. As implicações financeiras dessa nova modalidade de assistência médica são profundas. Estima-se que o custo médio de cada visitante médico seja de US $ 3.800 a US $ 6.000,00 por visita, e o total gasto por ano no mundo é estimado entre US $ 45 e US $ 72 bilhões, sendo o valor de todo o turismo médico por ano de aproximadamente US $ 439 bilhões.
Por conta disso, uma nova modalidade de negócio foi criada – as companhias de turismo médico, que atuam tanto dentro dos EUA, quanto nos países receptores dos pacientes, vendendo pacotes que incluem passagem aéreas, admissões em hospitais, consultas com médicos conveniados, hospedagem. Em 2008 foram contabilizadas 68 empresas de turismo médico só nos EUA. Mesmo com todos os gastos adicionais, o custo total da internação, incluindo honorários médicos, passagens aéreas e despesas com hotel para o paciente e eventuais acompanhantes, ainda é muito menor do que o custo do procedimento nos Estados Unidos.
O top 10 de países destino de turismo médico são (não ordenados em ordem de frequência de visitas): Costa Rica, Índia, Malásia, México, Singapura, Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, Turquia e EUA. O top 10 de condições tratadas são: atendimento odontológico, cirurgias cosméticas, patologias cardíacas, fertilização in vitro, perda de peso, dermatologia, transplantes (rim e fígado) e neurocirurgias espinhais.
Vale ressaltar, ainda, que os EUA também são um destino de turismo médico devido à sua excelência, e atualmente o saldo entre visitas e saídas de pacientes ainda é positivo. Contudo o economista médio Uwe Reinhardt advertiu que “o turismo médico pode fazer para o sistema de saúde dos EUA o que a indústria automobilística japonesa fez com as montadoras americanas depois que os produtos japoneses desenvolveram uma boa relação qualidade / preço e confiabilidade”. Ou seja, se o custo de tratar-se internamente tornar-se tão alto, ou a oferta externa tornar-se muito atrativa, esse saldo entre visitas e saídas de pacientes pode inverter-se, gerando um ônus economico aos EUA.
Fonte: https://www.amjmed.com/article/S0002-9343(18)30620-X/abstract
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