Variação no uso de Warfarina e Anticoagulantes Orais em Fibrilação Atrial e implicação dos custos associados
A Fibrilação Atrial (FA) é a arritmia mais comum dos Estados Unidos, afetando cerca de 6 milhões de adultos no país, com a estimativa de dobrar sua prevalência nos próximos 25 anos.
Os EUA têm um gasto anual de cerca de 6.65 bilhões de dólares com o tratamento de FA, fato que ultimamente , despertou a necessidade da otimização do tratamento da FA, visando uma melhor equidade e qualidade, assim como administração de custos do Sistema de Saúde Americano.
A Warfarina sempre foi o medicamento de referência na terapia de redução de risco de Acidente Vascular Encefálico (AVE) associado à FA, com isso, a pesquisa de novos anticoagulantes orais foi iniciada, introduzindo no mercado novas alternativas: Dabigatrana (2010), Rivaroxabana (2011), Apixabana (2014) e Edoxabana (2015), os chamados Anticoagulantes Orais (DOACs). Esses novos medicamentos comprovaram-se mais efetivos na redução de eventos tromboembólicos quando comparados à Warfarina. Tais medicamentos são em média de 2 a 3x mais caros que a Warfarina, porém a menor necessidade de vigilância clínica e menores efeitos colaterais tornaram seu custo-benefício atraente.
O artigo “Variation in the use of Warfarin and Direct Oral Anticoagulants in Atrial Fibrillation and associated cost implications” publicado em Janeiro de 2019 no The American Journal of Medicine, utilizou dados coletados como prescrição, uso, custo e diagnósticos médicos, e examinou a proporção de pacientes que utilizavam Warfarina em relação aos que utilizavam os DOACs de acordo com distribuições sociodemográficas e em grupos clínicos.
O estudo mostrou um aumento no uso de anticoagulantes em geral 32,4% (2010) para 40,1% (2014), com um aumento significativo dos DOACs (de 0,56% para 17,2%), e um declínio no uso de Warfarina (32,8% para 22,9%). O artigo conclui que numa larga coorte nacional de adultos, observou-se um rápido crescimento no uso dos DOACs, com significativa disparidade no uso entre diferentes grupos sociodemográficos e grupos de risco clínico. Isso significa que há um aumento dos gastos com medicação devido ao aumento na preferência dos DOACs, o que representa um custo extra significativo para o Sistema de Saúde geral americano.
Portanto, essa nova preferência dos DOACs em relação à Warfarina devido ao seu bom custo-benefício implicará em custos adicionais não somente para o sistema público de saúde, mas também para os privados, e consequentemente ao consumidor.
Fonte: https://www.amjmed.com/article/S0002-9343(18)30949-5/fulltext
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