A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é um dos distúrbios mais comuns do trato gastrointestinal, com prevalência estimada de 10-20% da população. Nos ambulatórios, é comum encontrarmos muitos pacientes em uso contínuo de inibidores da bomba de prótons (IBP), como o famoso omeprazol… Entretanto, qual seria a abordagem correta dos pacientes com doença do refluxo?
Esquema Terapêutico na Doença do Refluxo Gastroesofágico
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é um dos distúrbios mais comuns do trato gastrointestinal, com prevalência estimada de 10-20% da população. Nos ambulatórios, é comum encontrarmos muitos pacientes em uso contínuo de inibidores da bomba de prótons (IBP), como o famoso omeprazol… Entretanto, qual seria a abordagem correta dos pacientes com doença do refluxo?
O diagnóstico da DRGE é clínico, sendo a resposta positiva ao teste terapêutico (redução sintomática > 50% após 1-2 semanas de IBP) o principal teste confirmatório. A realização de exames complementares (em especial a endoscopia digestiva alta) encontra-se indicada na ausência de resposta ao tratamento empírico com IBP em dose dobrada, na presença de sinais de alarme (devemos ficar atentos para a possibilidade de câncer…) e se idade do paciente superior a 45 anos.
Sinais de Alarme Disfagia, emagrecimento, odinofagia, sangramento gastrointestinal, anemia, história familiar de câncer, sintomas intensos ou noturnos, história prolongada de pirose (> 5-10 anos).
|
Medidas gerais devem ser adotadas em todos os casos, como: elevação da cabeceira, fracionar a dieta, suspensão do fumo, redução do peso, evitar deitar-se após as refeições, evitar drogas que diminuem a pressão do EEI (nitratos, antagonistas do cálcio, diazepam).
Os Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs) são os medicamentos de escolha, devendo ser administrados pela manhã, em jejum, idealmente 30 minutos antes do café da manhã. A medicação mais conhecida é o omeprazol, na dose de 20 mg/dia. Os bloqueadores H2 (ranitidina, cimetidina) são medicamentos de segunda linha.
O tratamento deve ser realizado por um período entre 6 a 12 semanas, sendo o paciente reavaliado. Caso o paciente permaneça sintomático, ou então, retornem seus sintomas, devemos repetir o esquema terapêutico, mas, dessa vez, com dose dobrada.
O tratamento cirúrgico estará indicado nas seguintes situações: (1) refratariedade ao tratamento clínico; (2) previsão de uso de IBP por mais de 10 anos (pacientes que não conseguem suspender o uso); e (3) na presença de complicações, como estenoses ou úlceras.
Igor Torturella