Uma revisão rápida do mais famoso sinal em neurologia: o reflexo cutâneo-plantar.
Semiologia: o Reflexo Cutâneo-Plantar
Uma revisão rápida do mais famoso sinal em neurologia: o reflexo cutâneo-plantar.
Joseph François Félix Babinski (1875-1932)
A organização dos sistemas motores cerebrais depende da organização dos impulsos motores superiores que chegam a unidade motora da medula. O sistema piramidal (tendo o trato córtico-espinhal como seu principal componente), responsável pela motricidade voluntária, converge para o corno anterior da medula espinhal, onde fazem sinapses com os neurônios motores inferiores, responsáveis pela inervação direta da musculatura estriada esquelética. O trato córtico-espinhal com outras vias cortical e do tronco cerebral, constantemente supre centros inferiores com impulsos que tem um efeito geralmente inibidor; doenças envolvendo os caminhos piramidais resultam na liberação do efeito inibidor, resultando na hiperatividade e função autônoma dos segmentos afetados da medula espinhal.
O reflexo cutâneo-plantar (raízes L5 e S1) é pesquisado através da excitação da região plantar (podemos utilizar um objeto como uma chave, um abaixador de língua ou um martelo de exames) no sentido póstero-anterior, desde o calcanhar até a concavidade, fazendo uma curva no sentido medial. Para uma correta avaliação, é necessário que as pernas estejam relaxadas, levemente fletidas e o joelho rodado externamente; os dedos não podem estar tocando em nada. Observe a figura abaixo:
A resposta normal (como no exemplo acima) consiste na flexão dos artelhos. Caso a resposta seja em extensão do hálux, estamos diante do clássico sinal de Babinski, que aparece como indicador de lesão piramidal. Um sinal de Babinski exacerbado acompanha-se ocasionalmente de flexão reflexa do quadril e do joelho.
Outros sinais de liberação piramidal: Paresia/plegia; Hipertonia; Hiperreflexia; Espasticidade.
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A resposta em extensão pode ocorrer sem significado patológico em crianças de até 12 meses de idade. O sinal de Babinski pode ocorrer, ainda, em comas, intoxicações agudas, no período pós-convulsivo, na anestesia geral, no sono profundo, dentro outros.
Atenção: o reflexo é denominado cutâneo-plantar, sendo o sinal de Babinski o reflexo cutâneo-plantar em extensão. Devemos evitar dizer sinal de Babinski positivo ou negativo… |
Existem algumas manobras alternativas para a busca do sinal de Babinski, sendo elas denominadas sucedâneos de Babinski. São elas:
1) Sinal de Gordon: compressão da panturrilha.
2) Sinal de Oppenheim: atrito sobre a crista da tíbia, em direção descendente.
3) Sinal de Schaefer: compressão do tendão de Aquiles.
4) Sinal de Chaddock: atrito na região inframaleolar externa.
5) Sinal de Austregésilo-Esposel: compressão da face anterior da coxa.
Sinal de Oppenheim.
Sinal de Gordon.
Sinal de Chaddock.
Igor Torturella
Referências:
1) BICKLEY, Lynn S. Bates Propedêutica Médica. Editora Guanabara Koogan, 7 edição.
2) PEREIRA, ANDRADE FILHO & SANTOS. Reflexo cutâneo-plantar: a consagração de Babinski.