Avanços científicos, como o desenvolvimento das Profilaxias Pré-Exposição (PrEP), têm sido fundamentais na prevenção do HIV, especialmente entre populações vulneráveis. Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine avaliou a eficácia do lenacapavir, uma PrEP semestral administrada por via subcutânea, em comparação ao uso diário de F/TDF, atualmente disponível no SUS. Realizado em sete países, incluindo o Brasil, o estudo mostrou menor incidência de infecção no grupo do lenacapavir e boa segurança, apesar de nódulos injetáveis em alguns pacientes.
As vias de administração da PrEP variam – subcutânea, intramuscular e oral – atendendo a diferentes perfis e necessidades. A subcutânea permite proteção prolongada, mas pode causar desconforto estético; a intramuscular é mais rápida, mas dolorosa; e a oral, prática, tem menor adesão em alguns grupos, como jovens LGBTQIA+ e pessoas trans, que seriam os principais beneficiados pelas opções de longa duração.
Resultados similares foram observados em estudos com mulheres cisgêneras na África Subsaariana, refletindo a necessidade de abordagens específicas para populações vulneráveis em diferentes regiões. Apesar da redução global de 35% nas infecções desde 2010, desafios como estigmatização, desigualdades no acesso e discriminação ainda comprometem a meta de erradicação do HIV até 2030. Combater preconceitos e ampliar o acesso são essenciais para o sucesso das estratégias de prevenção.
Fonte: Medicina S/A