Dentre as mais tradicionais e conhecidas especialidades médicas, a cardiologia também vem cada vez mais ganhando importância no cenário médico devido ao crescente aumento das doenças cardiovasculares, sendo atualmente a principal causa de óbito no mundo inteiro.
Com o grande volume de conhecimento acumulado e que vem sendo produzido em cardiologia, também tem se verificado cada vez mais a segmentação e o aprofundamento da especialização em sub especialidades, o que tem refletido no tempo cada vez maior de formação do cardiologista.
A residência em cardiologia também tem como pré-requisito os dois anos prévios de residência em clínica médica. E tem como duração mais dois anos, com carga horária mínima de 60 horas semanais. Sendo que 10% a 20% dessa carga horária devem ser destinados à atividades teóricas (como aulas, seminários, reuniões científicas e discussões de artigos).
De acordo com a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), os requisitos mínimos para o programa de residência em cardiologia são:
Unidades com instalações e equipamentos em: eletrocardiografia, ecocardiografia, métodos de medicina nuclear em cardiologia, hemodinâmica diagnóstica e terapêutica, cicloergometria, marca-passo e unidade coronariana.
Estágios obrigatórios: pós-operatório de Cirurgia Cardiovascular e Cardiologia Pediátrica;
Estágios opcionais: Pneumologia, Nefrologia, Fisiologia Cardiovascular, ou outros a critério da Instituição;
Com carga horária dividida em:
Unidade de internação: mínimo de 30% da carga horária anual;
Ambulatório: mínimo de 20% da carga horária anual;
Urgência e emergência: mínimo de 15% da carga horária anual;
Métodos diagnósticos não invasivos e hemodinâmica: mínimo de 5% da carga horária anual;
Unidade de terapia intensiva (incluindo unidade coronariana): mínimo de 10% da carga horária anual;
A cardiologia também constitui um campo muito amplo de atuação, sendo várias as áreas disponíveis para seguir e se aprofundar. Porém, ao mesmo tempo em que há a possibilidade de se aprofundar em uma área de conhecimento, ao optar por fazer uma sub especialidade você também deve levar em conta o tempo e o investimento necessário para isso, já que são 6 anos de curso, 2 anos de residência em clínica médica, 2 anos de residência em cardiologia e mais 1 a 2 anos para a sub especialidade escolhida.
Sobre as áreas de atuação, podemos dividi-las em: clínica, diagnóstica e intervencionista.
Dentro da área clínica, o cardiologista pode atuar na prevenção, tratamento clínico e reabilitação.
Atuação clínica do cardiologista: dislipidemias, miocardiopatias, cardiopatias congênitas, cardiopatia na mulher, hipertensão arterial, valvulopatias, coronariopatias, cardiogeriatria, transplante, cardiologia intensiva, unidade coronariana, unidades especializadas em pós-operatório de cirurgia cardíaca e reabilitação.
Os profissionais que trabalham com reabilitação, geralmente atuam tanto na parte clínica quanto na área de exames de diagnósticos (como ergometria e ergoespirometria ).
Atuação diagnóstica do cardiologista: métodos gráficos (como o eletrocardiograma e o holter), exames de imagem (como ecocardiografia, cintilografia miocárdica, tomografia e ressonância magnética), reabilitação.
Nessa área de atuação, o cardiologista é responsável por realizar, interpretar, avaliar e emitir os laudos do exame realizado.
Por fim, ainda há a possibilidade de se sub especializar na realização de procedimentos minimamente invasivos, é área de atuação intervencionista:
Atuação intervencionista: cardiologia intervencionista, estimulação cardíaca e eletrofisiologia invasiva.
Na cardiologia intervencionista, através de cateteres endovasculares, o cardiologista consegue realizar estudos do coração, coronárias e grandes vasos, ou ainda fazer o tratamento de placas de ateroma, por exemplo. O surgimento do estudo eletrofisiológico revolucionou o diagnóstico e tratamento das arritmias e tem sido muito importante no entendimento do mecanismo e tratamento dessas patologias.
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