Você já ouviu algum comentário como “correr vai acabar com o seu joelho”? Ou “correr vai te deixar com muitas lesões”? Será que isso é mesmo verdade? Bom, para entendermos mais sobre o assunto é fundamental ter em mente que qualquer atividade física realizada sem critério, de forma excessiva, pode acarretar lesões em várias estruturas dos joelhos e muitas das vezes de forma irreversível. Por isso, segundo o Roberto Ranzini, ortopedista e médico do esporte, é necessário ter cuidado ao iniciar uma atividade física, a começar por uma boa avaliação médica.
Afinal, desgasta ou protege as articulações?
De acordo com Ranzini, esta pergunta ainda é muito controversa na literatura internacional. “O que se sabe certamente é que a corrida praticada de forma equilibrada, de 2 a 3 vezes por semana, com distâncias não maiores que 5 km e de forma regular, pode proteger as articulações” explica o médico. Um ponto importante dessa rotina é sempre associar a corrida ao fortalecimento muscular, assim essa proteção fica ainda maior.
Em alguns casos, como aqueles que treinam acima de 3 vezes por semana, em altas velocidades para participar de competições, pode ocorrer um desgaste mais acentuado das articulações dos membros inferiores. É um problema essencialmente mecânico que acima de um certo limite, passa a ser prejudicial. Este limite depende muito do biotipo de cada pessoa, por isso a necessidade de uma boa orientação de um profissional de educação física, para determinar alguns pontos importantes, e uma avaliação médica.
Mais corrida, mais saúde?
A corrida, de uma forma geral, é uma prática muito boa e recomendada. É um exercício aeróbio, mas não é específico para fortalecimento muscular. Por isso a necessidade de atrelá-la à musculação. Ela melhora as condições cardiorrespiratórias, entre outras alterações metabólicas positivas. Ainda segundo Roberto, a corrida traz inúmeros benefícios à saúde em curto a longo prazo. No curto prazo, ela diminui a glicemia, melhora a resistência à insulina, aumenta a produção do HDL que é a fração boa do colesterol, e aumenta a produção de serotoninas e endorfinas pelo sistema nervoso central, melhorando a sensação de bem-estar. Já a longo prazo, ocorrem adaptações cardiorrespiratórias como o aumento do consumo de oxigênio, controle da pressão arterial e melhora da resistência física e muscular.
“O único ponto negativo associado à corrida é em relação ao treinamento exagerado ou feito de forma inadequada, que gera a sobrecarga do aparelho locomotor, incluindo aí articulações, músculos, tendões, meniscos dos joelhos e ligamentos”, pontua o especialista.
Fonte:
Bodytech