Com a pandemia de obesidade que vivenciamos, é intrínseco que também ocorra um aumento da prevalência de síndrome metabólica, uma vez que geralmente a doença acompanha tal comorbidade.
E com a presença de síndrome metabólica, uma meta-análise publicada no dia 28 de julho de 2021 na revista Neurology, buscou analisar a prevalência de um segundo infarto e até mesmo a morte em relação às pessoas que não possuem a síndrome metabólica.
O que é a síndrome metabólica?
Para o diagnóstico de síndrome metabólica, são necessários ao menos 2 dos 5 fatores que fazem parte dos critérios diagnósticos.
- O HDL colesterol
- Pressão arterial
- Circunferência abdominal
- Glicemia em jejum
- Triglicerídeos
Segundo Tian Li, autor do estudo
Os estudos mostram resultados conflitantes em relação à síndrome metabólica, tal doença já foi associada ao risco de um primeiro infarto, além de aumentar, segundo o estudo, o risco para um segundo infarto e morte, portanto, o objetivo dos autores foi analisar todos os estudos disponíveis em relação a isso. Esses resultados irão ajudar as pessoas com síndrome metabólica, assim como os profissionais que os cuidam, sabendo que eles devem fazer o screening para um infarto recorrente e garantir os tratamentos preventivos.
Como o estudo foi realizado?
A fim de analisar a recorrência de infarto, a meta-análise combinou resultados de seis estudos com 11.000 participantes que foram acompanhados por no mínimo 5 anos. Durante esse tempo, 1250 pessoas tiveram um segundo infarto. Com isso, a análise final encontrou que pessoas com síndrome metabólica estavam 46% mais propensas a ter um segundo infarto que pessoas que não tinham a síndrome.
E cada fator separado, teve relação também?
Analisando cada componente separado, os pesquisadores concluíram que ter um menor nível de HDL e ter dois ou mais componentes da síndrome foram associados independentemente com um aumento de risco para um segundo infarto. Ao passo que circunferência abdominal, glicemia e pressão alta não estavam associados com um aumento de risco de segundo infarto per se.
E em relação à morte?
A meta análise combinou 8 estudos, com um total de 51.613 pessoas acompanhadas por cinco anos. Durante esse tempo 4210 pessoas morreram. Pessoas com síndrome metabólica tiveram 27% mais chance de morrer durante o estudo quando comparadas às pessoas sem síndrome. Nenhum dos componentes individuais da síndrome foram associados independentemente de um aumento do risco de morte.
Esses resultados mostram a evidência para que pessoas com síndrome metabólica tomem ações a fim de modificar o risco do segundo infarto e até mesmo a possibilidade de morte. Isso pode ser feito por meio de medicação, dieta, exercício e outras mudanças de estilo de vida recomendadas como parar de fumar, afirma Li.
Li adiciona também que os estudos foram observacionais, portanto, eles não provam que a síndrome metabólica é uma causa de infarto recorrente ou morte, apenas expõem a associação.
Fonte:
Academia Médica