Hoje já são mais de 540 startups atuando no setor de saúde no Brasil. Conhecidas como healthtechs, esses negócios promissores têm como objetivo fornecer produtos e serviços que contribuam tanto na eficiência de hospitais e clínicas quanto ser um alicerce a jornada dos pacientes.
Metade dessas startups possuem menos de cinco anos de operação e ainda estão em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Além disso, o volume de investimentos aportados por elas é significativo: desde 2014, já receberam US$ 430 milhões, ao longo de 189 rodadas de venture capital. Os dados são da terceira edição do Distrito Healthtech Report.
Ao observar essas startups é possível perceber o poder que elas têm de ditar tendências no setor da saúde. Algumas mudanças que estão surgindo em hospitais e outras instituições de saúde graças à tecnologia já podem ser vistas. A seguir, trazemos alguns exemplos claros:
1. Medicina à distância
Com a mudança de comportamento dos clientes, é preciso apostar em um atendimento mais personalizado e econômico. Com a tecnologia, isso fica muito mais fácil. Antes da pandemia da covid-19, já estavam sendo executadas estratégias para atender pacientes em lugares distantes.
O ano de 2020 foi um marco para a telemedicina. A metodologia colabora para que pacientes consigam informações de forma mais rápida, sem precisarem ir até a instituição de saúde.
Segundo um estudo divulgado pela empresa de tecnologia Televox, 49% dos pacientes aceitariam receber acompanhamento médico via e-mail.
No início da pandemia, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu, em caráter excepcional, a telemedicina no país como uma prática aceita enquanto durar a situação de emergência relacionada a Covid-19
Além da telemedicina, uma outra tendência nesse sentido é o monitoramento remoto e em tempo real, especialmente importante para os portadores de doenças crônicas. Utilizando tecnologias avançadas, como a internet das coisas (IoT) e dispositivos integrados, é possível medir pressão arterial, nível de oxigenação, batimentos cardíacos e outros indicadores que podem ser analisados por profissionais de saúde.
Uma aplicação clara para isso está no controle do diabetes. Por meio de um implante subcutâneo, um sensor consegue medir a glicose sanguínea do paciente e enviar a medição para um receptor portátil. Esse, por sua vez, manda os dados para um aplicativo do celular, que fica disponível tanto para os próprios pacientes quanto para os profissionais de saúde autorizados.
2. Mais segurança para pacientes
De um simples código de barras nas pulseiras dos pacientes até tecnologias mais avançadas que permitem rastreabilidade, são diversos os avanços que aumentam a segurança dos pacientes.
A tecnologia permite que informações fiquem armazenadas na nuvem e, assim, possam ser vistas em diferentes hospitais, por diferentes profissionais, sempre que necessário.
Elas podem colaborar para bons resultados até mesmo na hora de fazer prescrições médicas tecnologias já existentes. Quando são feitas manualmente, é comum que ainda apareçam com letras ilegíveis ou até mesmo de forma incompleta. Com prescrição eletrônica, isso pode mudar.
Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor em agosto de 2020, vai exigir mais investimentos em segurança da informação. A nova legislação vai mudar a forma como os médicos lidam com as informações de seus pacientes, uma vez que a lei é bastante rígida em relação à coleta e ao armazenamento de dados sensíveis, que podem levar a algum tipo de discriminação do indivíduo.
Hospitais, laboratórios e clínicas médicas não poderão repassar entre si informações do paciente sem o consentimento formal dele. Além disso, toda mensagem precisará ser criptografada para dificultar a ação de hackers.
3. Integração de dados e tecnologia no setor da saúde
Sabe aquela situação em que você vai ao médico e tem que contar todo o seu histórico do zero, porque não existe um cadastro único? O prontuário eletrônico centraliza as informações de todos os pacientes e já é uma realidade em muitos países, como nos Estados Unidos e em boa parte da Europa.
Vale notar que isso não viola a segurança da informação, como mencionamos acima, uma vez que não se trata de circulação de dados, mas de um banco de dados centralizado, com todas as medidas de segurança que a lei exige, inclusive em relação a quem tem direito a acessá-lo.
Ele permite, por exemplo, que o próprio paciente atualize seus dados cadastrais antes do atendimento, que o médico consulte o histórico do paciente e entenda melhor suas condições gerais. Assim, funciona como uma importante ferramenta de apoio para a decisão clínica, além de agilizar o atendimento.
Já pensou de que forma grandes empresas como a Microsoft podem colaborar para que se torne mais fácil encontrar a cura para doenças sérias? Bom, na verdade, isso já acontece.
Desde 2017, a Microsoft tem parceria com o Grupo Oncoclínicas e busca reunir informações, a partir de softwares, para entender qual é o melhor tratamento para cada paciente.
Tecnologias também têm colaborado para a chamada terapia genética. Essa novidade já permitiu, por exemplo, que o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo conseguisse manipular um vírus para destruição de células tumorais do câncer de próstata.
Outra gigante da tecnologia, a IBM, também já atua nessa área, por meio do Watson, sua plataforma de serviços cognitivos. Fazendo uso da Inteligência Artificial, ajuda no combate a doenças graves como o câncer. Batizado de IBM Watson for Oncology, a solução atua de forma individualizada, avaliando as informações do prontuário e as evidências médicas e exibindo possíveis opções de tratamento classificadas por nível de confiança, fornecendo evidências de apoio. Dessa forma, o oncologista pode aplicar seus próprios conhecimentos para identificar as opções de tratamento mais adequadas.
Fonte:
https://distrito.me/tecnologia-setor-saude/?gclid=CjwKCAiAv4n9BRA9EiwA30WND9SAMSzx8rjpEfzh3twKaSr4SLD9Oms3mImsy8RUDjA4xQUWFlSh0hoCBg4QAvD_BwE