A erisipela (celulite estreptocócica) é uma condição inflamatória que atinge a derme e o panículo adiposo (tecido celular subcutâneo) da nossa pele, com grande envolvimento dos vasos linfáticos. Representa uma forma superficial da celulite, pois atinge predominantemente a derme e a parte superior da gordura subcutânea. Acomete, predominantemente, os membros inferiores de pacientes da terceira idade, cuja circulação venosa e linfática estão debilitadas. Porém, pode atingir pessoas de qualquer idade e outras regiões da pele.
Habitualmente, a erisipela está relacionada a um fator chamado “porta de entrada”, como úlcera venosa crônica, pé de atleta, picada de insetos, ferimento cutâneo traumático e manipulação inadequada das unhas. Por meio desta porta de entrada, bactérias penetram na pele , atingindo as camadas cutâneas inferiores e se espalhando facilmente com muita velocidade. A principal bactéria envolvida é o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, porém, outras bactérias também podem estar envolvidas. Pessoas com baixa condição imunológica, obesas e com má circulação são as mais suscetíveis.
Sintomas
Muitas vezes, o quadro tem início súbito com mal-estar geral, fadiga, febre e calafrios, antes mesmo do surgimento de sinais na pele infectada. Em seguida, instalam-se achados locais, como avermelhamento, dor, inchaço e aumento da temperatura. O aparecimento de adenomegalia inflamatória é comum. Em casos mais graves podem surgir formação de bolhas, escurecimento do segmento acometido e até quadros de septicemia, ou seja, infecção generalizada com risco de morte.
Tratamentos
O tratamento deve ser instituído o mais breve possível, tendo como base o uso de antibióticos, repouso, elevação do membro afetado e tratar o fator desencadeante. O antibiótico mais usado é a penicilina procaína ou cristalina. Outros antibióticos podem ser administrados, na dependência do perfil de resistência bacteriana. Por vezes, faz-se necessária abordagem cirúrgica, removendo e drenando grandes áreas necróticas e com pus.
Prevenção
As melhores medidas preventivas consistem em: investir em medidas de limpeza local; evitar as “portas de entrada”, como traumas, picadas de insetos, dermatoses cutâneas tipo pé de atleta; ter atitudes que reduzam a insuficiência linfática e venosa; ter um melhor controle do diabetes. Em pacientes contaminados, deve-se descolonizar a pele. Aplicar penicilina benzatina intramuscular a cada 21 dias, nos casos de erisipela de repetição.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Dermatologia