O couro cabeludo e a área da barba são os mais afetados, mas qualquer região pilosa pode ser acometida. A perda de pelos pode afetar todo o corpo (alopecia universal). Acredita-se que a alopecia areata é uma doença autoimune que afeta indivíduos geneticamente suscetíveis expostos a gatilhos ambientais indefinidos. Ocasionalmente, coexiste com vitiligo autoimune ou tireoidite.
Diagnóstico
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Exame
O diagnóstico da alopecia areata é por inspeção. A alopecia areata manifesta-se tipicamente por placas anulares discretas com perda de cabelos/pelos, caracterizadas por pelos rotos rente à pele nas bordas da lesão semelhantes a pontos de exclamação. Às vezes, as unhas apresentam depressões cupuliformes, estriações longitudinais ou traquioníquia, uma aspereza da unha que também é observada no líquen plano. Lúnula vermelha também pode ser vista.
Diagnóstico diferencial: Tinea capitis, tricotilomania, alopecia de tração lúpus e sífilis secundária. Se os achados forem ambíguos, pode-se fazer testes adicionais com exame micológico (KOH), cultura fúngica, rastreamento a procura de sífilis ou biópsia. Pacientes com achados clínicos sugestivos de doenças autoimunes associadas (particularmente doença da tireoide) são testados a procura dessas doenças.
Tratamento
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Corticoides
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Algumas vezes, antralina e/ou minoxidil tópicos
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Às vezes, imunoterapia tópica
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Às vezes, metotrexato
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Raramente, fotoquimioterapia ou PUVA
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Uso de apliques e técnicas de camuflagem
Se for considerado tratamento, injeção intralesional com corticoides é o tratamento de escolha em adultos. Suspensão de triancinolona acetonida (normalmente em doses de 0,1 a 3 mL com concentração de 2,5 a 5 mg/mL a cada 4 a 8 semanas) pode ser injetada por via intradérmica se as lesões são pequenas. Corticoides tópicos potentes (p. ex., espuma de propionato de clobetasol a 0,05%, gel, 2 vezes/dia, ou pomada, 2 vezes/dia, por cerca de 4 semanas) podem ser usados; mas geralmente eles não penetram até a profundidade do folículo piloso onde o processo inflamatório está localizado. Corticoides orais são eficazes, mas a queda de cabelo frequentemente recorre após a interrupção da terapia e os efeitos adversos limitam seu uso.
Creme de antralina tópica (0,5 a 1% aplicado por 10 a 20 min diariamente e então lavado; tempo de contato titulado conforme tolerado por até 1 h/dia) pode ser usado para estimular uma reação ligeiramente irritante. Solução de minoxidil a 5% pode ser útil como adjuvante ao tratamento com corticoides ou antralina.
A indução da dermatite de contato alérgica usando difenilciclopropenona ou ácido dibutiléster esquárico (imunoterapia tópica) causa o crescimento dos cabelos/pelos por mecanismos desconhecidos, mas essa indicação é melhor em pacientes com acometimento difuso, resistentes a outras terapias.
Metotrexato tem sido utilizado com sucesso no tratamento da alopecia total e alopecia universal em populações adultas e pediátricas. Doses variam de 15 a 25 mg por semana. Também pode-se usar metotrexato em combinação com corticosteroides orais. Em geral, seu uso é reservado a AA refratário em pacientes para os quais a terapia padrão (1) falha.
PUVA sistêmico e tópico têm sido utilizado com sucesso limitado em pacientes em que a terapia convencional não foi bem-sucedida. Mas isso é uma opção de tratamento menos favorecida devido às altas taxas de recidiva, falta de ensaios clínicos randomizados e controlados e maior risco de malignidade com PUVA.
A alopecia areata pode regredir espontaneamente, tornar-se crônica ou se expandir difusamente. Os fatores de risco de cronicidade incluem acometimento extenso, início antes da adolescência, atopia e envolvimento do couro cabeludo temporal periférico e occipital (ofiase).
Inibidores da quinase Jano (QJ) são uma nova classe de imunomoduladores (tofacitinibe, ruxolitinibe, baricitinibe) que, em pequenos estudos, mostraram benefícios e são promissores no tratamento da alopecia areata (2, 3).
Pode-se usar apliques e técnicas de camuflagem para mascarar os efeitos da queda de cabelo.
Fonte:
MSD manual