Coreia e atetose são definidos por manifestações clínicas; muitos especialistas acreditam que quando eles ocorrem em conjunto (como coreoatetose), a atetose é uma distonia sobreposta na coreia. Coreia e atetose resultam da inibição prejudicada dos neurônios talamocorticais pelos gânglios basais. O excesso de atividade dopaminérgica pode ser o mecanismo.
Os médicos devem procurar e tratar a causa da coreia sempre que possível.
A doença de Huntington é o distúrbio degenerativo mais comum que causa coreia. Na doença de Huntington, fármacos que suprimem a atividade dopaminérgica, como os antipsicóticos (p. ex., risperidona, olanzapina), e fármacos de depleção de dopamina (p. ex., reserpina, tetrabenazina) podem ser utilizadas para tratar a coreia. Antipsicóticos também podem ajudar diminuindo os sintomas neuropsiquiátricos comumente associados à doença de Huntington (p. ex., impulsividade, ansiedade, comportamento psicótico). Entretanto, a melhora pode ser limitada e transitória. Esses fármacos podem ser criteriosamente usados para tratar coreias sem uma causa definida.
Outras causas da coreia são:
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Hipertireoidismo
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Hipoparatireoidismo
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Hiperglicemia
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Uso de contraceptivos orais
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Gestação
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LES com comprometimento de SNC
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Fármacos (p. ex., levodopa em pacientes com doença de Parkinson, fenitoína, cocaína)
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Discinesia tardia (decorrente do uso de antipsicóticos típicos e da maioria dos atípicos)
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Doenças autoimunes
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Síndromes paraneoplásicas
Coreia de Sydenham pode ocorrer na febre reumática e pode ser o primeiro sintoma da coreia. Um tumor ou infarto no estriado (caudado ou putâmen) pode causar coreia unilateral aguda (hemicoreia). A coreia de Sydenham e coreia decorrente de infarto do núcleo caudado em geral diminuem com o tempo sem tratamento.
Coreia devido a hipertireoidismo ou outra causa metabólica (p. ex., hiperglicemia) geralmente diminui quando a função da tireoide ou o nível de glicose no sangue é normalizado.
Deve-se avaliar meticulosamente a coreia em pacientes > 60 para identificar a causa (p. ex., tóxica, metabólica, autoimune ou paraneoplásica).
A coreia da gestação surge durante a gestação; em geral em pacientes que tiveram febre reumática. Costuma iniciar-se no 1º trimestre e tem resolução espontânea na ocasião no parto ou logo após. Se o tratamento antes do parto é necessário porque a coreia é grave, barbitúricos são indicados porque têm menos riscos fetais que outros fármacos usados para tratar a coreia. Raramente, uma doença semelhante ocorre em mulheres que utilizam anticoncepcionais orais.
O hemibalismo é causado por lesão, em geral um infarto, no ou ao redor do núcleo subtalâmico contralateral. Apesar de incapacitante, o hemibalismo costuma ser autolimitado, com duração de 6 a 8 semanas. Se for grave, pode ser tratado com um antipsicótico por 1 a 2 meses.
Fonte:
MSD Manuals