Mulheres grávidas que seguem uma dieta mediterrânea têm menor risco de ter filhos com padrão de crescimento acelerado (alto peso ao nascer e ganho de peso acelerado na infância), o que poderia levar a um maior risco de obesidade mais tarde, de acordo com estudo publicado no Journal of Pediatrics.
A dieta mediterrânea é caracterizada por alto teor de frutas, legumes, azeite e nozes. Este padrão de dieta saudável tem sido associado a menores taxa de obesidade e riscos cardiometabólicos em adultos, mas em poucos estudos o foco eram as crianças.
O estudo em questão foi realizado na Espanha, com dados de mais de 2700 mulheres grávidas de Astúrias, Guipúzcoa, Sabadell e Valência, que fazem parte da coorte INMA-Infância e Meio Ambiente. As mulheres preencheram um questionário sobre a ingestão alimentar nos primeiro e terceiro semestres de gravidez. Além disso, a dieta, peso e altura de seus filhos foram acompanhados desde o nascimento até os 4 anos de idade. Outros exames, como análise sanguínea e pressão arterial, também foram realizados aos 4 anos de idade.
Silvia Fernández, RD, PhD, do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), assinala que “as mães com menor adesão à dieta mediterrânea eram mais jovens, consumiam mais calorias, tinham maior probabilidade de fumar e menor escolaridade em comparação com mulheres que seguiram a dieta”.
“Os embasam a hipótese de que uma dieta saudável durante a gravidez pode ter um efeito benéfico para o desenvolvimento infantil”, conclui o coordenador do estudo, Dora Romaguera, PhD, ISGlobal. Em relação aos mecanismos subjacentes a essa associação, o pesquisador menciona “possíveis modificações epigenéticas que regulam o cardiometabolismo fetal, ou padrões alimentares compartilhados entre mães e filhos, embora isso mereça uma investigação mais aprofundada”.
O estudo não encontrou uma correlação entre a dieta mediterrânea na gravidez e uma redução no risco cardiometabólico na primeira infância, mas os efeitos sobre o risco cardiometabólico se mostram na infância mais tardia, explica o Dr. Fernández.
Fonte:
Barcelona Institute for Global Health
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