Leucocoria corresponde a um reflexo pupilar anormal branco, róseo ou amarelo esbranquiçado, sendo um sinal clínico que sugere a presença de anormalidade anterior à retina. Além de uma adequada análise semiológica, a utilização de métodos de imagem é fundamental para a realização de um diagnóstico preciso. Dentre as principais causas, destacamos: catarata, retinoblastoma e retinopatia da prematuridade. Outros diagnósticos possíveis são: persistência hiperplásica do vítreo primitivo, doença de Coats, toxocaríase, hamartoma astrocítico, descolamento de retina.
Catarata congênita: é a causa mais frequente.
Retinoblastoma: tumor intraocular mais frequente na infância e segundo tumor intraocular primário mais frequente (atrás do melanoma da coroide). Deriva das células bipolares e é bilateral em 20% dos casos. São esporádicos em 95% dos casos. A clínica mais frequente é a leucocoria, mas também podem ocorrer: estrabismo, descolamento de retina, uveíte anterior e glaucoma. O tratamento consiste na enucleação. Se é bilateral, realiza-se a enucleação do pior olho, com tratamento conservador do outro (criocoagulação, radioterapia, fotocoagulação, quimioterapia).
Retinopatia da Prematuridade: é uma afetação neovascular proliferativa da retina periférica em crianças prematuras. Maior risco nas crianças com peso inferior a 1.300 g (peso é o principal fator de risco) e com transtornos respiratórios que tenham sido submetidos à oxigenação mecânica. Tratamento se realiza mediante criocoagulação ou fotocoagulação (laser) da retina periférica isquêmica, responsável pelo estímulo do crescimento dos neovasos. Devemos avaliar todos os prematuros com < 36 semanas ou < 2.000 g submetidos a oxigenioterapia.