Pergunta: Natália
Olá Vitor, tudo bem?
Já há um tempo venho acompanhando suas postagens no Widoctor sobre residência nos EUA e achei muito úteis e completas as informações que você colocou.
Estou ainda no primeiro ano de Medicina na USP Ribeirão, mas desde já penso seriamente em fazer residência por lá… E apesar de não querer me afobar, acredito que se me planejar desde agora, direcionando esforços para este objetivo, posso fazer as coisas mais tranquilamente, quando for chegando o momento de realmente lidar com isso, para o fim da graduação.
Algumas ideias sobre isso são fazer os steps no decorrer do curso, além de fazer estágios por lá, a partir do quarto ano, quando já tiver mais noção de prática clínica. Atualmente, tenho duas perguntas para ti:
– em relação a currículo e atividades extra-curriculares: entendo que tenha que me destacar, em termos de desempenho acadêmico, sem contar a pesquisa, na qual estou me engajando desde agora. Mas e além disso? Atividades extra-curriculares são relevantes? Se sim, que tipo de atividade? Centro acadêmicos, programas de educação tutorial, monitorias? Sei que é muito comum que eles façam trabalho voluntário, mas e se este não for apenas relacionado diretamente à faculdade, como colocar isso no currículo?
– como conseguir esses estágios: aqui na faculdade, no 5º ou 6º ano, existe uma disciplina de estágio internacional, que conta créditos. Mas e antes disso? Você tem dicas de como posso encontrá-los, se uma procura individual é mais complicada, se devo buscar através de professores?
Enfim, me desculpe a grande quantidade de perguntas e a extensão do texto! Agradeço desde já sua atenção e paciência 🙂
Grande abraço,
Natália
Resposta:
Olá Natália , obrigado pelos elogios. Fico feliz de estar ajudando um pouco contanto a experiência que eu tive.
As suas perguntas são muito boas. Ao meu ver você não deve se preocupar muito com essas atividades extra curriculares para ser aprovada na residência nos EUA. Claro que é interessante ter alguma coisa, mas eu percebo que os alunos de forma geral tem uma preocupação exagerada com isso, principalmente os mais novos. Pelo que você me falou, parece que já está envolvida em processo de pesquisa, o que é muito bom. Eles gostam de pesquisa e publicações. Isso conta ponto sim. Quanto ao trabalho voluntário não vai fazer tanta diferença, acredito que isso irá demonstrar a sua personalidade, para quando forem ver sua apresentação pessoal e conversar com você na entrevista. Você pode colocar no currículo, mas normalmente esse tipo de coisa é um pouco mais difícil de comprovar do que um estágio. Talvez você possa pedir uma declaração na instituição onde trabalhou como voluntária, não custa nada incluir isso no currículo.
Resumindo, faça suas atividades de monitoria e pesquisa normalmente, tenha alguma coisa para colocar no currículo mas não precisa se desesperar com isso. Destas, lembre que publicações e pesquisas são as mais valiosas. E que as suas cartas de recomendação e notas nos steps serão fatores ainda mais importantes na ordem (cartas, nota no step 1, depois step 2 CK).
Não sei como é essa disciplina da sua faculdade mas me pareceu muito interessante! Parece que você terá ótimas oportunidades de fazer estágio lá e conseguir as cartas. Quanto a procura, não tem regra. Tem que correr atrás. Entre nos sites dos hospitais que aceitam estagiários de fora e se inscreva, comece a mandar e-mails. Uma dica importante que posso te dar é: não desista no primeiro e-mail. Um interno que orientamos vai agora em dezembro fazer estágio nos EUA, depois de mandar o mesmo e-mail 4 vezes! Não foi respondido pelo chefe do serviço aí na semana seguinte enviou de novo o e-mail, depois insistiu mais até que responderam aceitando sua inscrição. Também acho que você deve perguntar e pedir para todos os professores que tiver contato, tem que falar com todo mundo.
Espero ter ajudado, e espero também que você divida sua experiência com a gente quando fizer sua eletiva! Um abraco,
Boa Sorte,
Vitor Torturella