A robótica é imediatamente associada com modernidade e inovação. Porém, em uma área como a Medicina que constantemente se renova alguém poderia dizer que a robótica caminha muito devagar já que nem se compara com as linhas de produção de fábricas de automóveis onde quase não há mais trabalhadores humanos. Mesmo assim há exemplos de inovação na robótica médica muitas das quais se encontram em publicações da Journal of Robotic Surgery.
Nas salas de cirurgia atuais, é possível encontrar dois ou três cirurgiões, um anestesista e muitos auxiliares, até mesmo na mais simples das cirurgias. A maioria das cirurgias requer aproximadamente meia dúzia de pessoas na sala. No futuro, talvez a cirurgia requeira somente um cirurgião, um anestesista e um ou dois auxiliares. Nessa sala de cirurgia, o médico sentará em um console de computador, dentro ou fora da sala de cirurgia, usando o robô cirúrgico para efetuar aquilo que até então exigia uma equipe bem maior.
Na essência, os robôs não são diferentes de outros equipamentos médicos e à medida em que o número de adições por parte dos hospitais aumentar, o preço do investimento na área da robótica irá decrescer. O grande perigo é investir demasiadamente em robôs médicos, já que muitos pacientes podem não aceitar o excesso de automatização.
Manter menos pessoas na sala de cirurgia e permitir que os médicos tenham a capacidade de operar um paciente a longa distância pode diminuir o custo das cirurgias. Além da redução de custo, a cirurgia robótica possui diversas outras vantagens sobre a cirurgia convencional, incluindo o aumento da precisão e redução do trauma para o paciente. Por exemplo, a cirurgia de ponte de safena, atualmente, exige que o peito do paciente seja “serrado” e aberto por meio de uma incisão de mais de 30 cm de comprimento. No entanto, com os sistemas robóticos será possível operar o coração por meio de três pequenas incisões no peito, cada uma com cerca de 1 cm de diâmetro. Como o cirurgião faria estas incisões menores em vez de uma longa por toda a extensão do peito, o paciente experimentaria menor dor e sangramento, levando a uma recuperação mais rápida.
A robótica também diminui a fadiga que os médicos sofrem durante as cirurgias, que podem durar várias horas. Os cirurgiões podem ficar exaustos durante essas longas cirurgias diminuindo seu rendimento.
Da Vinci
A líder do mercado norte-americano – empresa Intuitive Surgical – alega que seu cirurgião robô Da Vinci realizou 450 mil procedimentos ano passado. O preço do sistema é de 1,5 milhões de dólares, no entanto, ainda não obteve aprovação do FDA devido denúncias de complicações pós-operatórias com este sistema. Apesar do ceticismo atual de alguns, o fato é que a cirurgia robótica para extração do câncer de próstata continua sendo a opção mais popular nos Estados Unidos.