Em janeiro de 2020 será realizada a campanha anual de combate à Hanseníase, mês intitulado como “Janeiro Roxo”, para conscientização sobre a doença. Desde 2016 o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e a cor roxa para campanhas educativas em todo o país. Esse evento é importante para que a população tenha mais informações sobre a doença e para que ocorra uma intensificação de busca ativa de doentes, com o tratamento oportuno e interrupção da cadeia de transmissão da mesma. Apesar dos esforços dispensados para o seu combate, a hanseníase ainda se mantém endêmica e constitui um problema de saúde pública no Brasil.
Em 2017, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 150 países reportaram 210.671 casos novos de hanseníase, o que representa uma taxa de detecção de 2,77 casos por 100 mil habitantes. No Brasil, nesse mesmo ano, foram notificados 26.875 casos novos, perfazendo uma taxa de detecção de 12,94/100 mil hab. Esse indicador coloca o país em segundo lugar em número de casos novos registrados no mundo (Índia é o primeiro) e o classifica como um país com alta carga para a doença.
Em 2018 foram diagnosticados 28.657 casos novos no Brasil. O Município de São Paulo (MSP), desde o ano 2000, apresenta indicadores como prevalência e taxa de detecção considerados baixos. Em 2018, foram notificados 128 casos novos, sendo a taxa de detecção de 1,09/100 mil habitantes. O Programa Municipal de Controle de Hanseníase (PMCH), inserido na Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo, coordena as ações de assistência e vigilância executadas pelas Unidades de Vigilância em saúde (UVIS) e serviços de saúde de todo o município. Sabese que a cidade de São Paulo possui um elevado fluxo migratório e, desse modo, faz-se necessária a manutenção das ações de vigilância.
A hanseníase é uma doença crônica, infecto-contagiosa causada pelo Micobacterium leprae. A transmissão ocorre pelas vias aéreas superiores após contato íntimo e prolongado com um doente sem tratamento. Acomete primeiramente a pele e os nervos periféricos. É uma doença lenta e silenciosa sendo que os principais sinais e sintomas da doença surgem após longo período que varia de 2 a 7 anos. São eles:
- mancha (s) esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada, com alteração de sensibilidade;
- áreas sem pelo; pele seca, formigamento, dormência, dor em trajeto de nervos, etc.
Caso não tratada em fase inicial, o doente pode evoluir com incapacidades físicas definitivas. Ao iniciar o tratamento o paciente deixa de transmitir a doença para outras pessoas. Portanto, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno dos casos constituem o principal pilar para o controle da hanseníase, interrompendo a cadeia transmissão da doença, o aparecimento de novos casos e reduzindo o número de pessoas acometidas por sequelas provocadas pelo comprometimento neurológico da doença.
As campanhas de combate à Hanseníase ocorrem anualmente no MSP, com a participação do PMCH, UVIS, Unidades de Referência de Hanseníase, unidades básicas de saúde (UBS), ONGs e outras instituições públicas e privadas. O objetivo da campanha é aumentar a detecção precoce de casos através da sensibilização e treinamento dos profissionais de saúde da atenção básica para a suspeição do diagnóstico e da divulgação dos sinais e sintomas para a população. Também são desenvolvidas atividades de busca ativa e ações educativas junto à comunidade.
Durante o mês de Janeiro de 2020, além dessas atividades, diversos locais da cidade (pontes, monumentos, prédios, etc) serão iluminados com a cor roxa. A semana de 27 a 31 de janeiro foi escolhido como a semana “H”, na qual todas as regiões da cidade realizarão eventos em locais públicos, visando a divulgação de sinais e sintomas da doença para o maior número de pessoas possível. As pessoas que apresentarem quaisquer sinais e sintomas suspeitos devem procurar a UBS mais próxima de sua residência para avaliação médica. Os casos suspeitos serão encaminhados para
confirmação diagnóstica e tratamento em uma das 28 Unidades de Referência de Hanseníase que estão distribuídas estrategicamente no território para facilitar o acesso aos pacientes de toda a cidade.
Original: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/index.php?p=269399&fbclid=IwAR0krjgmCkE3GQMrcEkuKgXrhaQCEchzImI9zBiiT3HhZLUUWA4iBjbnkUM