CTI – Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
“Tudo o que se precisa são duas mãos”. Assim, na década de 1960, inicia-se o conceito moderno da RCP. Momento em que Koewenhoven, Jude e Knickerbocker discorrem sobre a utilização da compressão torácica no processo de ressuscitação. Ainda no mesmo ano, sob a luz de outras práticas, utilizando-se ventilação boca a boca e a desfibrilação externa (por Safar), notou-se a grande importância de se unir essas técnicas a fim de se obter uma abordagem mais rica. Desde então, as diretrizes são atualizadas, visando sempre alcançar um atendimento mais apurado, garantindo, dessa forma, um melhor prognóstico ao paciente. As diretrizes brasileiras de 2012 se baseiam no Consenso Científico da ILCOR (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação), de 2010.
O conhecimento das manobras é essencial na rotina do profissional de saúde. Atuar de maneira rápida e precisa em cada elo faz grande diferença para um bom atendimento, é um importante fator para a corrente de sobrevivência.
Os 5 elos são:
- Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do serviço de emergência/urgência.
- RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas.
- Rápida desfibrilação.
- Suporte avançado da vida eficaz.
- Cuidados pós-PCR integrados.
O Suporte Básico de Vida no Adulto (SBV)
Essa fase do atendimento pode ser realizada por pessoas que não são profissionais de saúde, devendo ter, contudo, a preparação para fazê-lo. É claro que em uma situação de estresse, em que o atendente deve ser perspicaz, uma ajuda para lembrar os passos a serem seguidos são extremamente bem vindos. Usando um mnemônico isso fica bem mais simples: o “CABD primário”.
- “C”, corresponde a Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar por ajuda, Checar o pulso da vítima, Compressões (30 compressões).
- “A”, Abertura das vias aéreas,
- “B”, Boa ventilação (2 ventilações),
- “D”, Desfibrilação.
Então a primeira coisa a se fazer é me lembrar da “regrinha” e agir seguindo a ordem em que aparece?
NÃO. A primeira coisa a se fazer é Checar a segurança do local. Esse “C” é por nossa conta, e não custa nada acrescentar na sua lista e memorizá-lo. Afinal, o atendente (VOCÊ) deve garantir a segurança para o paciente e para si. Feito isso, prossiga o atendimento!
Iniciamos aqui uma série de artigos em que abordaremos temas voltados para o atendimento de urgência. No próximo artigo daremos continuação à RCP, detalhando o Suporte Básico da Vida.
Celso Neto
Bibliografia
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6.Arq. Bras. Cardiol. vol.101 no.2 supl.3 São Paulo Aug. 2013 http://dx.doi.org/10.5935/abc.2013S006