Em artigo publicado na New England Journal of Medicine, foi mostrado que estudos de coorte em Bangladesh tiveram taxas de cura promissoras em pacientes com Tuberculose multidroga resistente, sendo utilizados medicamentos por um tempo menor do que o recomendado pela OMS em 2011.
A doença afeta quase 500.000 novas pessoas em todo o mundo a cada ano e é consideravelmente mais difícil de tratar do que a tuberculose suscetível as drogas convencionais (esquema RIPE: Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etanbutol) por conta do seu extenso tempo de tratamento, 20 meses de acordo com a recomendação da OMS.
Afim de procurar alternativas para melhorar os índices de adesão ao tratamento, e consequentemente cura para a doença, um estudo de coorte randomizado fase 3 foi encomendado para comparar um regime de tratamento mais curto em relação ao tratamento longo vigente.
Os pacientes analisados eram portadores de Tuberculose resistente a rifampicina, mas suscetíveis a fluroquinolonas e aminoglicosídeos
Foram utilizados 424 pacientes no total, sendo 383 o grupo alvo e os restantes, o grupo controle. No grupo que seguiu o tratamento de longa duração recomendado pela OMS (20 meses de tratamento), o percentual de cura foi de 79,8%. Enquanto o grupo que utilizou o tratamento alternativo (11 meses), o percentual de cura foi de 18,8%.
Desse modo, os pesquisadores mostraram que o tratamento em regime curto obtinha uma taxa de cura muito semelhante ao tratamento de regime longo, com um índice de segurança também semelhante, sendo assim uma alternativa viável de tratamento.
“Embora os resultados deste estudo sejam encorajadores, pesquisas adicionais continuam sendo essenciais para encontrar um regime curto e simples para a tuberculose multirresistente, que resulte em resultados de eficácia e segurança semelhantes aos da tuberculose suscetível a drogas”, finalizam os autores.
Fonte: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1811867?query=featured_home
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