Sabe-se que toda atividade extracurricular é essencial para a formação e currículo do médico. Um avanço pelo interesse em assuntos que não são abordados nas salas de aula da graduação em medicina nem vistos diretamente na rotina intra-hospitalar / dentro dos consultórios, por sua vez, tem sido notado entre os estudantes brasileiros. De fato, diante da abertura de tantas faculdades de medicina no país a competição no mercado aumentará de maneira exponencial e os jovens deverão se aperfeiçoar em diferentes áreas para se destacar e obter êxito em suas escolhas – já que atualmente não é segredo para ninguém que os resultados da sala de aula representam pouca relação com um futuro próspero dos alunos. A busca por informações de outras áreas do conhecimento que se apresentam como pré-requisitos para a ‘carreira dos sonhos’ demonstra, portanto, a crescente necessidade dos médicos se destacaram não apenas na área científica mas também em outros quesitos desenvolvendo progressivamente vitais habilidades para o sucesso.
O II Congresso Estadual dos Estudantes de Medicina do Rio de Janeiro (COEMED-RJ) foi um sucesso e serve como exemplo para essa discussão. Entre os dias 31 de agosto a 02 de setembro, na Unifeso, em Teresópolis, foi realizado o evento que contou com palestras e atividades sobre temas de grande relevância na formação de todo profissional médico – tais como medicina atual, novas tecnologias, carreira militar, marketing médico, entre outros. Os três dias de encontros, ainda, atingiram cerca de 400 estudantes.
Um dos assuntos importantes que fizeram sucesso dentre os discutidos foi o Marketing médico. Convidada para participar como palestrante, a conselheira e coordenadora da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame) do CREMERJ, Kássie Cargnin, discursou sobre ‘Marketing médico e mídias sociais: o que pode e o que não pode”. Na sua apresentação foram destacados os principais pontos da resolução CFM 1.974/11, que estabelece as regras da publicidade médica e veda ao médico, entre outros, fazer propaganda de técnica não reconhecida pelo CFM; oferecer seus serviços por meio de consórcio e similares; anunciar especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no CRM, divulgar especialidade ou área de atuação não reconhecida pelo CFM. Além disso, abordou a resolução CFM 2.126/15, que normatiza as publicações nas redes sociais, proibindo os médicos de publicar selfies em situações de trabalho e de fazer a divulgação de imagens de “antes e depois” de procedimentos. Terminou com uma mensagem de cautela para a próxima geração de jovens médicos, dizendo para que tenham cuidado com todo tipo de informação oferecido pelas redes sociais. Para ela, as mídias estão diretamente relacionadas com a vida profissional dos médicos e até mesmo com seu sucesso, sem que, no entanto, substituam ou sejam extensões de sua atividade e seu papel dentro dos consultórios.
Desse modo, o intuito desse post foi alertar sobre a importância do desenvolvimento de diversas habilidades no presente e no futuro do médico brasileiro – nesse caso destaque para o Marketing ético, moral, legal e eficiente abordado no COEMED. Outras áreas deveriam ser estudadas e exploradas para benefício do médico para o sucesso em sua profissão, como networking, gestão de pessoas, oratória, lógica e resolução de problemas, administração etc. A aparência física, o comportamento e a maneira de se vestir também merecem destaque e são qualidades que também participam, portanto, dos pré-requisitos da ‘carreira dos sonhos’ citada anteriormente.
Fonte: CREMERJ