O diabetes mellitus (DM) é certamente uma das doenças mais importantes da clínica médica, junto da hipertensão arterial sistêmica. A incidência da doença cresceu de forma assustadora nos últimos 30 anos, especialmente para o DM II, por conta da epidemia de obesidade que ocorre no mundo hoje. No entanto, muitos pacientes são diagnosticados tardiamente no curso da doença, quando já encontramos lesão de órgão alvo. Por ser uma doença crônica e prevalente, o potencial prejuízo que pode causar nas populações é enorme.
O DM é uma doença silenciosa, e seu diagnóstico e tratamento precoces (antes de ocorrer lesão de órgão alvo) reduzem de forma considerável a morbidade e a mortalidade. Considerando isto, as sociedades competentes estabeleceram que:
- O diagnóstico de DM é essencialmente laboratorial, através das diversas modalidades de aferição da glicemia
- Os valores de referência consideram níveis de glicemia a partir dos quais o risco de lesão de órgão alvo aumenta de forma importante
Os pacientes devem ser rastreados para o DM a partir dos 45 anos de idade (a cada 3 anos) ou mais precocemente, caso o paciente apresente IMC maior que 25Kg/m² e pelo menos um fator de risco.
Obviamente que pacientes que se apresentam com quadro hiperglicêmico franco também devem ter suas glicemias solicitadas.
Os critérios diagnósticos de DM são listados abaixo. Os marcados em negrito são aqueles mais usados na prática clínica.
- Quadro clínico de cetoacidose diabética + glicemia aleatória ≥ 200mg/dL
- Glicemia de jejum ≥ 7.0126 mg/dL
- Hemoglobina glicada ≥ 6.5%
- Teste oral de tolerância à glicose (75g) ≥ 200mg/dL
Fonte: Powers AC. Diabetes Mellitus: Diagnosis, Classification, and Pathophysiology. In: Kasper D, Fauci A, Hauser S, Longo D, Jameson J, Loscalzo J. eds. Harrison’s Principles of Internal Medicine, 19e. New York, NY: McGraw-Hill; 2015.