Pergunta : Andre Finger ( Universidade Federal da Bahia )
Ola Dr. Mario. Parabens pelo site. Estou no 6º ano e já me decidi pela GO. Entretanto ainda estou em dúvidas quanto a subespecialização. Gostaria que o senhor abordasse com relação ao futuro, mercado e remuneração de mastologia, medicina fetal e reprodução assistida. Sobre a medicina fetal, é possível atuar em uma cidade média, cerca de 200 mil habitantes, ou fica restrito as capitais e grandes cidades
Resposta :
Se você já está decidido pela GO, não deveria nesse momento se preocupar com a sub especialidade. Deixe para resolver isso lá pelo R2 de GO, porque já vai ter tido mais oportunidade de lidar com as diferentes pacientes e patologias da especialidade e fazer uma escolha mais racional.
De qualquer modo, aí vão algumas informações sobre suas dúvidas:
A Mastologia é uma especialidade em franco crescimento pela importância que se tem dado ultimamente à prevenção do câncer de mama e da relevância da mamografia como exame obrigatório após os 40 anos de idade.
Filiados à Sociedade Brasileira de Mastologia, existem cerca de 2.000 profissionais entre clínicos, cirurgiões, psicólogos, radioterapeutas e qualquer outro especialista que se envolva com patologias mamárias.
Existem dois tipos de mastologistas: o mastologista clinico , que geralmente tem origem na ginecologia ou na endocrinologia e o mastologista cirurgião, de origem na cirurgia geral, plástica ou mesmo na ginecologia.
Apesar da especialidade ser classificada como especialidade relativamente triste, a qualidade de vida do mastologista é boa, o mercado de trabalho é bom, em expansão e permite bons ganhos financeiros ( principalmente para os cirurgiões ), desde que seja dada mais importância à medicina privada.
A Medicina fetal visa o acompanhamento detalhado de gestações com complicações tais como malformações fetais, gemelidade, isoimunização, infecções intra-uterinas, entre outras situações através da assistência perinatal, de aconselhamento genético, ultrassonografia e procedimentos invasivos, sempre visando o bem estar do binômio mãe-feto. É um programa de Residência Médica de 4º ano – Ginecologia e Obstetrícia – Especialização em Medicina Fetal.
A reprodução humana assistida deixou de ser, oficialmente pelo CFM, uma área de atuação dentro da especialidade Ginecologia, mas continuam os cursos de pós graduação, indicados para ginecologistas e com duração de 1 ano. Existem também cursos menores sobre somente a parte laboratorial.
É uma área ainda em amadurecimento no Brasil e encontrada apenas em grandes centros.
É uma área promissora, mas é necessário que se ingresse em um grupo que já trabalha com isso. Normalmente durante o curso de pós graduação se fará contato com profissionais dessa área, o que vai permitir a introdução nesse meio médico, que ainda é bastante restrito.
Como tratam-se de atividades programadas a qualidade de vida do profissional é boa, mas o mercado ainda é relativamente pequeno ( uma vez que está concentrado em pequenos grupos ) e com isso os rendimentos ainda não são bons.
A resolução do CFM 2013/2013 atualiza as normas éticas para a reprodução humana assistida.
Se vc, após a residência em Ginecologia, optar por uma pós graduação dessas ( e os melhores centros estão em São Paulo e no Rio de Janeiro ) e migrar para uma outra capital, vai levar algum tempo para se estabilizar, mas com certeza irá desenvolver uma grande carreira.
Os custos dos procedimentos ainda são altos para os padrões brasileiros, ficando restrito a uma parcela pequena da população.
Reproduzimos abaixo uma entrevista dada ao portal saúde.terra pelo Dr. Arthur Dzik, presidente da sociedade brasileira de reprodução humana :
Reprodução assistida pode custar até R$ 20 mil por tentativa
A escolha do método mais adequado é feita pelos especialistas de acordo com as necessidades do casal. E, quanto mais complexo for o tratamento, mais alto serão os custos
Cada método de reprodução assistida exige o emprego de uma técnica diferente e o respaldo de diversos profissionais. A escolha do método mais adequado é feita pelos especialistas de acordo com as necessidades do casal. E, quanto mais complexo for o tratamento, mais alto são os custos.
Os tratamentos de baixa complexidade, como a relação programada e a inseminação intrauterina artificial, custam em média de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil. Já os considerados de alta complexidade, como a fertilização
in vitro clássica ou com injeção intracitoplasmática de espermatozoide, têm valores que vão de R$ 7 mil a R$ 20 mil por tentativa.
Essa estimativa engloba todos os custos envolvidos no tratamento: honorários médicos, anestesista, medicamentos indutores de ovulação, ultrassonografias, preparação dos espermatozoides etc. “Além da complexidade do tratamento, também a região do País e a experiência da equipe podem influir no preço final”, ressalta Arthur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).
Há ainda os custos extras
Em alguns casos, quando há sobra de embriões, o casal pode optar por fazer o congelamento dessas células. O custo desse serviço pode variar de R$ 3 mil a R$ 5 mil.
O médico também pode pedir um exame genético pré-implantacional do embrião. Esse diagnóstico pode custar de R$ 2 mil a R$ 3 mil. “Esse estudo genético normalmente é indicado para mulheres acima dos 40 anos, com história de familiares próximos com doenças genéticas, ou para aquelas que sofrem com abortamentos habituais”, diz o presidente da SBRH.
Para Arthur, os tratamentos são caros, pois a tecnologia e a infraestrutura utilizadas para colocar as técnicas em prática têm custos altos. “Os principais fatores que encarecem os tratamentos de reprodução assistida estão relacionados ao alto custo fixo e à manutenção dos equipamentos de um laboratório de ponta. Pesam ainda os insumos básicos, como meios de cultura, pipetas, agulhas de coleta ovocitária e de micromanipulação. Os cateteres de transferência embrionária também têm custam caro”, explica Dzik .
Mais informações pode ser encontradas no site : www.sbrh.org.br
Sucesso
Mário Novais
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