A via aérea difícil (VAD) é uma entidade que não possui definição objetiva dentro da medicina, mas é muito temida pelos médicos, principalmente os anestesistas. Considera-se a via aérea como difícil quando um anestesista experiente é incapaz de ventilar e oxigenar de forma adequada um paciente que necessite de suporte ventilatório, seja ele invasivo ou não.
Como em medicina é sempre melhor prevenir e antecipar possíveis situações desfavoráveis, criaram-se diversos métodos para avaliar as vias aéreas. Essas ferramentas nos permitem então estabelecer as melhores condutas possíveis frente ao grau de dificuldade esperado.
A classificação de Mallampati é um dos sistemas mais usados, principalmente nas avaliações de pré-operatório, visto que é um método objetivo e fácil de reproduzir. Com o paciente sentado, pede-se que o paciente abra a boca ao máximo sem emitir sons e que projete a língua para frente também ao máximo. O grau do paciente varia com as estruturas que podem ser observadas pelo examinador.
- Grau 0: Examinador visualiza alguma parte da epiglote.
- Grau I: Palato duro, palato mole, úvula totalmente visível.
- Grau II: Palato duro, palato mole, úvula parcialmente visível.
- Grau III: Palato duro, palato mole.
- Grau IV: Somente palato duro.
Essa classificação sozinha é incapaz de prever com precisão a VAD, logo deve ser usada junto com outros parâmetros da avaliação da via área como observar o fenótipo do paciente, a distância do mento ao hióide, se há história prévia de VAD, etc.
Fonte: Townsend CM, Beauchamp RD, Evers BM. Sabiston Textbook of Surgery (19th Edition). Elsevier Health Sciences; 2012.