Depois de compreendido o desenho geral do partograma (Entendendo o Partograma), podemos seguir e estudar as chamadas distócias do parto. Como dito anteriormente, uma das principais funções dos registros no partograma é o acompanhamento do processo do trabalho de parto, para assegurarmos que tudo vai bem. Entretanto, na presença de alguma anormalidade, o que chamamos de distócias, a identificação e intervenção precoces são de fundamental importância.
A interpretação do Partograma: Distócias
Depois de compreendido o desenho geral do partograma (Entendendo o Partograma), podemos seguir e estudar as chamadas distócias do parto. Como dito anteriormente, uma das principais funções dos registros no partograma é o acompanhamento do processo do trabalho de parto, para assegurarmos que tudo vai bem. Entretanto, na presença de alguma anormalidade, o que chamamos de distócias, a identificação e intervenção precoces são de fundamental importância. A seguir, encontram-se resumidas as cinco principais alterações que podemos nos deparar em um partograma anormal (e atenção: muitas questões de prova trazem a imagem do partograma com a distócia, pedindo o diagnóstico ou a conduta a ser tomada). Então, vamos lá:
1. Fase ativa prolongada (distócia funcional primária): ocorre quando a dilatação se dá numa velocidade inferior a 1cm/hora (ou seja: ultrapassa linha de alerta), decorrente geralmente de discinesias uterinas. Como medidas a serem tomadas, pode-se estimular a deambulação, realizar a infusão de ocitocina ou a amniotomia.
2. Parada secundária da dilatação: dilatação cervical mantida, diagnosticada por 2 toques sucessivos, com intervalos de 2 horas. Geralmente é decorrente de desproporção cefalopélvica ou alteração da posição da apresentação. Pode-se estimular a deambulação, realizar amniotomia, analgesia ou resolução por cesárea.
3. Parto precipitado (ou taquitócito): dilatação descida e expulsão em um período inferior ou igual a 4 horas, geralmente como resultado de um útero hipercinético. Pode, inclusive, ser decorrente da administração excessiva de ocitocina. Medidas a serem tomadas incluem: suspender uso de ocitocina e realizar revisão detalhada do canal de parto.
4. Período pélvico prolongado: descida progressiva, mas excessivamente lenta no período expulsivo (> 1 hora em multíparas e > 2 horas em primíparas), em geral decorrente de contratilidade diminuída. Pode-se estimular a deambulação, assumir a posição verticalizada, utilizar ocitócinos, amniotomia ou fórcepes.
5. Parada secundária da descida: parada da descida da apresentação por pelo menos 1 hora após atingir a dilatação completa (10 cm). É diagnosticada por 2 toques sucessivos com intervalo de 1 hora. Geralmente decorrente da desproporção cefalopélvica ou alteração da posição. Resolução por cesárea ou uso de fórcepes.
Igor Torturella