Anamaíra Spaggiari, CEO da Fundação Estudar, Roger Koeppl, diretor presidente na cooperativa YouGreen e Sofia Esteves, presidente do conselho do Grupo Cia de Talentos falam sobre a descoberta do propósito profissional.
Da conversa, o Na Prática extraiu três reflexões que podem ajudar a desenvolver o autoconhecimento no que toca à carreira, assim como as ideias trazidas pelos convidados em cada uma delas.
#1 Como definir o que se quer da carreira?
“É preciso se permitir experimentar. É muito difícil decidir começando a carreira”, diz Roger. “Você tem que se permitir, mas não de uma forma rasa, como vejo acontecendo muito. Não é em questão de meses que você aprende cultura, o que quer fazer. [O melhor é] Ir mais fundo que conseguir nesta experiência, colher resultados e aí ver o que quer. Com isso você vai tendo respostas e trilhando o caminho.”
A fundadora do Cia de Talentos. concorda. “Muita preocupação do jovem hoje em escolher e ficar esperando uma coisa idealizada. Você tem que se jogar nas oportunidades que aparecem. Fui recepcionista, vendedora de loja de móveis. Nunca sonhei aquilo mas era o que eu precisava. Em cada uma das experiências você aprende sobre si mesmo. Fui na loja de móveis que eu aprendi o valor da comunicação da interação olho no olho, de dizer a verdade para o cliente”, lembra.
“No início de carreira deveríamos nos jogar mais nas oportunidades que batem à porta. Devemos focar na experimentação e não ficarmos nos comparando, pressionados e pautados pelos desejos dos outros. Escolhas são muito individuais, solitárias. E às vezes você vai tomar uma escolha diferente do que os outros querem pra você.”
#2 O que ajuda a descobrir o propósito?
Para Roger, todo mundo tem um propósito inerente. “Mas a forma com que descobrimos ele – falo por experiência própria – costuma ser pelas dores que se sente. Sempre me doeu a questão da desigualdade.
Existem várias maneiras [de entender melhor qual é seu propósito], mas essa é uma, por isso autoconhecimento é tão importante. Investigue seu propósito, não é algo que bate à porta, é uma construção.”
Sofia destaca a importância dessa reflexão. “Se você não está refletindo sobre propósito, você está passando pela vida. Não espere fora de você a resposta.”
#3 De onde vem a felicidade profissional?
Os dois convidados apontem visões diferentes, mas complementares, sobre a origem da felicidade na carreira. Segundo Sofia, “felicidade é um estado de espírito interno e nosso. Não adianta buscar que os outros te tragam felicidade”, inclusive a vida profissional.
Roger, por sua vez, destaca o papel da disciplina e resultado na felicidade profissional. “Tem a história de que a disciplina traz a motivação e a motivação, a disciplina. E é muito gratificante ter resultado. Felicidade no trabalho não é escorregador colorido, puff estampado. Isso é cosmético, já está inclusive começando a entrar em decadência. Concluir ou alcançar resultados pode se traduzir em algum tipo de felicidade.
Outra dimensão é sentir ‘Puxa, o que eu faço importa’, sentir que a função social é relevante para a sociedade.”
Anamaíra complementa: “Propósito dá sentido, significado, alimenta a alma, traz felicidade, dá realização e dá resiliência para o que vai ser difícil, também faz te fazer superar os desafios.”
Fonte:
Na Prática