Decisões críticas, como em domínios que vão da medicina às finanças, são frequentemente tomadas sob circunstâncias ameaçadoras que geram estresse e ansiedade. Os efeitos negativos de tais reações no aprendizado e na tomada de decisões têm sido repetidamente enfatizados.
Um novo estudo demonstrou que uma ameaça percebida altera o processo pelo qual as evidências são acumuladas de uma forma que pode ser adaptativa. Os participantes da pesquisa (n = 91) concluíram uma tarefa de amostragem de evidência sequencial na qual foram incentivados a julgar com precisão se estavam em um estado desejável, que foi associado a maiores recompensas do que perdas, ou um estado indesejável, que foi associado a maiores perdas do que recompensas.
Os participantes foram incentivados a obter precisão. Antes de jogar o jogo, 40 dos voluntários foram informados de que deveriam fazer um discurso público surpresa, que seria julgado por um painel de especialistas. Isso fez com que se sentissem estressados e ansiosos.
Os pesquisadores descobriram que, sob estresse, os voluntários precisavam de evidências mais fracas para chegar à conclusão de que estavam em um ambiente indesejável. Em contraste, o estresse não mudou a força da evidência necessária para chegar à conclusão de que eles estavam no ambiente desejável.
Para tomar boas decisões, as pessoas coletam informações. Como as informações costumam ser ilimitadas, deve-se decidir quando os dados são suficientemente fortes para se chegar a uma conclusão. Neste estudo, demonstrou-se que essa decisão é significativamente influenciada por uma ameaça percebida. Em particular, sob ameaça, a taxa de acúmulo de informações negativas aumenta, de modo que evidências mais fracas foram necessárias para chegar a uma conclusão indesejável. Essa modulação pode ser adaptativa, pois pode resultar em um comportamento mais cauteloso em ambientes perigosos.
Fonte: Journal of Neuroscience. 2021, 41 (30) 6502-6510.
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