A pandemia fez da transformação digital uma questão vital – e no setor de educação não foi diferente. É o que aponta o balanço do Ser Educacional, um dos cinco grupos de ensino superior com capital aberto na B3.
Em sua divulgação de resultados, a companhia registrou uma alta de 123,1% da base de alunos de ensino digital (também conhecido como EAD). O segmento que passou a representar 38,4% da base da companhia.
De acordo com o CEO do Grupo Ser Educacional, Jânyo Diniz, os números do crescimento do EAD refletem uma jornada iniciada em 2018 e intensificada para sobreviver às limitações causadas pela covid-19.
“Em 2021, estamos colhendo resultados tangíveis dessa estratégia”, diz o executivo. “Aprimoramos a experiência dos estudantes e de professores e desenvolvemos uma nova matriz curricular, que permitiu nossa primeira captação de alunos totalmente híbrida.”
O ensino híbrido é o nome dado ao novo formato dos cursos presenciais – que incorporam aulas digitais às indispensáveis sessões práticas no campus, como as atividades de laboratório.
“Uma coisa que aprendemos com a mudança cultural é que o aluno de medicina de Cacoal, em Rondônia, por exemplo, pode ter aula com o professor Cláudio Lacerda, que é um dos maiores especialistas em transplante de fígado do mundo, um dos maiores do Brasil. E no passado esse professor não estava disponível para os alunos, por conta da distância, da dificuldade de chegar.”
Mas a estratégia do grupo também passa pelas aquisições. Ao longo de 2020, o Ser Educacional foi ao mercado, com cerca de R$ 500 milhões em investimentos. O maior foco está na área de saúde. “Além do ensino híbrido e ensino digital, temos colhido benefícios de nossa estratégia de investimento em cursos de medicina.”
Das quatro aquisições em 2020, três tiveram essa direção, todas no interior, onde o grupo observa um aumento da demanda por esse tipo de profissional, especialmente após o início da pandemia. Foram somadas três marcas com vagas em medicina: UNIFASB (em Barreiras, na Bahia) e da FACIMED e UNESC (em Cacoal e Vilhena, em Rondônia), respectivamente. Com os anúncios, a companhia passou de 321 para 567 vagas anuais, considerando 94 vagas dos programas FIES e Prouni.
Um dos atrativos é o ticket médio dos cursos de graduação de Medicina, visto como relevante pela companhia. Somente a receita bruta com os cursos dessa especialidade aumentou em 84,4% em 12 meses.
Outra vantagem é a janela de oportunidade no segmento de lifelong learning – alunos dessa especialidade costumam investir em cursos de extensão e pós-graduação. “Isso refletirá em resultados, inclusive porque os cursos de saúde têm tradição de educação continuada”, destaca o CFO do Grupo, João Aguiar.
Os prognósticos são de um desempenho no segundo semestre superior ao registrado em 2020, já com a expectativa de avanço na vacinação e melhora na economia.
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