Em uma década, a feminização da medicina deixou de ser uma tendência e tornou-se realidade no Brasil. Apesar de os homens representarem 53,4% do total de profissionais, elas já são maioria em 19 especialidades médicas e nas faixas etárias mais jovens, como indica o estudo Demografia Médica no Brasil 2020.
Analisando os registros nos Conselhos Regionais de Medicina, a pesquisa identificou que em 2009 elas passaram à frente: do total de inscritos, 50,4% eram mulheres. Em 2019, as médicas avançaram ainda mais e somaram 57,5% dessas inscrições. Em 1990, apenas 30,8% eram mulheres.
A feminização da medicina, porém, não é uniforme em todas as unidades da federação, variando de 51,6% em Alagoas a 37,7% no Amapá. Em São Paulo, estado com a maior população médica do Brasil, elas já respondem por 46,5%. No Rio de Janeiro elas são 50,9% e em Pernambuco 50,2%.
Especialidades – A dermatologia é a especialidade médica com o maior número de mulheres: 77,9% dos especialistas. Na pediatria, 3/4 são mulheres (74,4%), que também são maioria em endocrinologia e metabologia (70,6%), e alergia e imunologia (67,4%).
A presença feminina também é crescente em medicina de família e comunidade (58,7%), ginecologia e obstetrícia (57,7%) e clínica médica (53%).
Apesar dessa notável feminização numérica e especializada da medicina, a presença masculina é marcante em especialidades como urologia (97,7%), ortopedia e traumatologia (93,5%), neurocirurgia (91,2%) e cirurgia torácica (89,6%).
“A presença feminina na medicina é muito mais do que um número, é um avanço social que gera inclusão e conscientização sobre equidade de gênero, refletindo em mais acolhimento, amor e afeto no lidar com nossos pacientes, como temos feito nesta pandemia”, destaca Natasha Slhessarenko, conselheira federal pelo Mato Grosso. Segundo ela, mesmo diante do caos, a mulher tem um olhar integral sobre o ser humano, entendendo as necessidades dos indivíduos, não só orgânicas e físicas, mas também psíquicas e emocionais. “Prestamos uma assistência qualificada com muita empatia e compaixão”, pontuou.
Fonte: http://www.flip3d.com.br/pub/cfm/?numero=313