A Pediatria é uma das áreas da Medicina com maior absorção pelo mercado nacional. Segundo dados da Demografia Médica Brasileira 2018, atualmente o país conta com 40 mil médicos atuantes na especialidade, no entanto, a concentração nos grandes centros ainda é um grande problema para quem precisa do trabalho desses profissionais. Mais da metade dos pediatras (55%) está instalado na região Sudeste. Bem distante, vem o Nordeste (16,2%); mesmo percentual no Sul; 8,6% no Centro-Oeste e 4% no Norte.
Este texto é para quem é apaixonado por Pediatria desde o primeiro semestre da faculdade, mas que talvez não tenha se dado conta dos desafios que estão por vir.
1 – O paciente não sabe dizer o que sente
Muitos dos pequenos que chegarão ao consultório do pediatra ainda nem sabem falar ou recém estão aprendendo. Como chegar a um diagnóstico se a criança não pode dizer o que sente? Por isso, é muito importante desenvolver a sensibilidade, entender de psicologia infantil e, claro, ter um ótimo conhecimento em Medicina. Para estabelecer um diagnóstico eficaz, é preciso ter paciência e muita determinação, já que muitas vezes os pequenos não conseguirão transmitir em palavras os seus sintomas.
2 – Ver criança sofrendo é muito angustiante
O pediatra irá precisar de estabilidade emocional e frieza para lidar com crianças doentes. Muitos médicos precisam fazer terapia para extravasar o que veem no dia a dia da profissão. É claro que muitas vezes existe um afeto sincero entre o profissional e a criança, mas é necessário distinguir as vidas pessoal e profissional, e não se envolver emocionalmente com os pacientes.
3 – Pais ficam desesperados
Muitos pais se mostram extremamente emotivos e sensíveis com o estado de seus filhos. Por isso, é muito importante que o pediatra seja compreensível, paciente e observador. É que a preocupação deles pode extrapolar os níveis normais. E não esqueça que os pais são parte fundamental no tratamento da criança, pois são eles quem cuidam dos filhos em casa. É necessária uma ótima comunicação para passar as informações exatas sobre os cuidados com a criança.
4 – Pediatras precisam estar atentos ao telefone 24 horas por dia
Diferente de outros médicos especialistas, o pediatra não tem hora para encerrar o expediente. As ligações de pais e mães preocupados com seus filhos chegam a qualquer hora do dia ou da noite. O médico tem que entender que isso é normal, pois crianças inspiram maiores cuidados. Então, precisa estar preparado para ser interrompido em eventos de família e naquele horário de descanso. Importante lembrar que o bom profissional vai se mostrar à disposição dos pais em qualquer momento do dia.
5 – É cansativo, mas é recompensador
A rotina de um pediatra plantonista é muito intensa. Por isso, o profissional precisa estar preparado para enfrentar um dia com grande volume de atendimentos. E há a inevitável pressão dos pais e familiares das crianças, que exigem que o médico cure seus filhos o quanto antes.
Em se tratando de hospitais públicos, sabe-se que o trabalho fica ainda mais difícil. Além do elevado número de pacientes à procura de atendimento, o quadro de médicos é reduzido. O pediatra usualmente vai querer ajudar todo mundo, mas muitas vezes não vai conseguir, e ele precisa aprender a lidar com essa situação.
Apesar de todos os obstáculos, há um momento que salva toda a dedicação: o sorriso do pequeno paciente depois de um tratamento bem administrado.
Fonte:
Terra