Durante a quarentena, diversas empresas estão alterando seu foco para o digital e novas companhias estão surgindo ou mudando sua atuação com o intuito de auxiliar no combate ao Covid-19. Startups brasileiras como o site Coronabr e a Mindify são dois exemplos de empresas novatas que fazem uso da tecnologia para aprimorar os serviços durante o tempo de isolamento social causado pelo coronavírus.
Flávio Machado, responsável pelo Coronabr, conversou com a EXAME sobre sua iniciativa. O site, que está na nuvem pública da IBM, reúne informações sobre a doença e conta com uma espécie de um enfermeiro virtual chamado “Pedro do Coronabr”, que foi desenvolvido a partir de teleorientação ou roteiros de diagnósticos clínicos. O robô tem como intenção realizar a triagem de pacientes para definir quais precisam de atendimento médico presencial ou quais podem permanecer em casa, com base nos sintomas relatados.
O site foi desenvolvido pela Pixit, uma agência de comunicação onde Flávio Machado é presidente, com a intenção de aliviar a sobrecarga que as instituições de saúde estão sofrendo nesse período. O serviço se mostrou essencial devido ao aumento do uso durante o mês de março, quando foi lançado. Hoje, com mais de 4,5 milhões de acessos diários, ele é capaz de suportar cerca de 184.000 indivíduos simultâneos, o que demonstra que brasileiros estão recorrendo ao digital para cuidar de sua saúde.
Para a EXAME, Machado comentou que o robô foi desenvolvido com base em um algoritmo: “Por trás do ‘Pedro do Coronabr’, existe um algoritmo que foi desenvolvido em parceria com a doutora Aline Okita, que é a chefe médica do projeto, e o algoritmo é responsável por avaliar cada resposta e desencadear a melhor resposta para o indivíduo”, disse Machado.
Já a startup Mindify utiliza inteligência artificial para entregar diagnósticos assistidos a pessoas que procuram saber se estão ou não infectadas pelo novo coronavírus. Com a otimização do protocolo de identificação da doença, a startup procura auxiliar pessoas que estão em busca de um diagnóstico rápido e gratuito para a covid-19.
Desde março, a tecnologia está sendo utilizada em um aplicativo do plano de saúde Unimed, em uma área dedicada à telemedicina. Por meio de um sistema de inteligência artificial, o paciente responde uma sequência de perguntas no aplicativo, para fazer uma triagem. Em seguida, o médico recebe o relatório preparado pelo sistema e decide quais são os próximos passos que devem ser tomados.
André Ramos, presidente e fundador da startup, diz que a intenção é desburocratizar o processo de triagem: “Com a plataforma, conseguimos entregar uma solução de baixo custo”, disse Ramos. O serviço é vendido pela empresa aos hospitais e empresas de saúde por uma mensalidade de 1.100 reais.
A semelhança entre as iniciativas está no auxílio ao combate da covid-19 e no uso da tecnologia para responder a este momento de crise. As duas iniciativas têm o apoio da empresa de tecnologia IBM que, por meio da sua plataforma da nuvem pública IBM Cloud, permite que as companhias expandam o alcance de seus projetos.
Fonte:
Exame