-Infecções bacterianas – são comuns as infecções nas glândulas da pálpebra, a foliculite (infecções dos folículos pilosos), carbúnculos (infecções profundas da pele e do tecido logo abaixo dela) e infecções em torno das unhas. Os tecidos afetados ficam geralmente inchados, vermelhor, doloridos e com temperatura mais alta. Vários micro-organismos diferentes pode causar infecções, sendo os mais comuns as bactérias Staphylococcus.
Com controle da taxa glicêmica e uso correto dos antibióticos, é possível debelar as infecções. Ainda assim, as pessoas com diabetes têm mais infecções bacterianas do que outras. Essa chance pode ser reduzida com bons cuidados da pele e muita atenção na hora de fazer pedicure e manicure.
-Infecções fúngicas – o causador mais comum é o fungo Candida albicans, do tipo levedura. Ele pode criar erupções cutâneas com comichão em áreas úmidas, geralmente vermelhas e rodeadas por bolhas minúsculas.
Estas infecções ocorrem frequentemente nas dobras quentes e úmidas da pele. As áreas problemáticas estão sob os seios, ao redor das unhas, entre os dedos das mãos e pés, nos cantos da boca, sob o prepúcio (em homens não circuncidados), nas axilas e na virilha.
Pé de atleta, micose e infecções vaginais também estão nessa lista, que merece atenção e uma consulta ao médico.
-Coceira localizada – ela pode ser causada por uma infecção por fungos, pele seca ou má circulação. Quando a causa é má circulação, é comum que a coceira apareça nos membros inferiores. Não exagere na quantidade de banhos, especialmente em regiões de baixa umidade, use sabão neutro com hidratante e aplique creme para a pele após o banho.
-Dermatopatia diabética – pequenas atrofias na pele. Com coloração acastanhada ou marrom, a condição acomete, principalmente, as pernas. As manchas aparecem primeiro na região anterior da pele, com 1,2 a 3cm, deprimidas e escuras. As manchas também são causadas pela esclerose sofrida nos vasos sanguíneos. São facilmente confundidas com manchas de idade. Não há tratamento específico, e geralmente ele não é necessário.
– Acantose nigricans: acomete exclusivamente pacientes diabéticos, e pode ser um sinal de que há resistência à insulina. Caracteriza-se por manchas escuras nas áreas de dobras, como axilas, virilha e pescoço. É mais frequente em pessoas com obesidade, por isso, parte importante do tratamento corresponde à perda de peso e atividade física. Algumas medicações para o diabetes, como a metformina, podem ajudar.
-Necrobiose lipoídica (NLD): doença em que há degeneração do colágeno e acúmulo de gordura na pele. Nem todos os diabéticos têm esse problema, mas ela é exclusiva de quem tem diabetes. A causa da NLD são alterações nos vasos sanguíneos, e ela causa manchas semelhantes à da dermatopatia diabética, mas são maiores, mais profundas e em menor quantidade.
A necrobiose lipoídica começa com uma área em relevo, sem formato definido, com coloração avermelhada. Depois de um tempo, ela se parece com uma cicatriz lisa, com uma borda violeta. Os vasos sanguíneos podem ficar mais aparentes. Em alguns casos, provoca coceira; e o lugar atingido pode ficar suscetível a feridas, o que exige tratamento. A NLD é muito rara e atinge com mais frequência mulheres adultas.
-Xantelasmas: pequenos nódulos esbranquiçados ou amarelados que podem aparecer em articulações, pálpebras, joelhos e cotovelos. Cada nódulo tem um halo avermelhado que pode coçar. Este problema é mais comum entre homens com diabetes Tipo 1, alto nível de colesterol e triglicérides no sangue. Uma vez que o controle do diabetes é feito da forma correta, esses nódulos tendem a desaparecer.
-Reações alérgicas: o tratamento com insulina e medicamentos específicos para diabetes pode causar reações alérgicas na pele. Fique atento a erupções, depressões e nódulos nos locais de injeção da insulina, principalmente, e avise seu médico.
-Bolhas associadas ao diabetes: é uma condição bem rara, mas as bolhas podem aparecer atrás dos dedos das mãos e pés; e algumas vezes nas pernas e braços. O aspecto é semelhante ao de bolhas causadas por queimaduras e são mais frequentes em pessoas com neuropatia diabética – saiba mais em Danos Neurológicos. Geralmente não causam dor e somem sozinhas. O único tratamento é fazer um bom controle glicêmico.
Esclerose digital: pessoas com diabetes podem desenvolver uma pele mais grossa nas costas das mãos, dedos dos pés e testa. As articulações dos dedos também ficam mais rígidas. Mais raramente, atingem joelhos, tornozelos e cotovelos. Cerca de um terço das pessoas com diabetes Tipo 1 têm a esclerose digital. O único tratamento é o gerenciamento do diabetes. Comece aprendendo as dicas das seções Vida Saudável – Nutrição e Vida Saudável – Exercícios Físicos.
– Granuloma anular disseminado: caracterizado por anéis ou arcos em relevo na pele, o granuloma anular aparece mais frequentemente nas extremidades, como orelhas e dedos. Elas podem ser avermelhadas, amarronzadas ou da cor da pele. Existem medicamentos para controlar essa condição.
Cuidados com pele e dentes:
- Banhos quentes e demorados estão fora de cogitação. A desidratação atinge a pele, que é o principal órgão excretor do corpo. Os banhos devem ser rápidos e em temperatura morna ou fria, para não ressecar ainda mais a pele. Não usar bucha para evitar traumas;
- Embora a indústria cosmética esteja começando a olhar com mais cuidado para os diabéticos, o mais importante continua sendo controlar a glicemia;
- Usar hidratante uma vez ao dia é importante como uma prevenção. Ele deixa a pele mais resistente para driblar as alterações. E espalhar o creme é uma oportunidade de autoexame;
- Secar com cuidado a região entre os dedos dos pés, para evitar fungos e bactérias e inspecionar os dedos e sola ao menos uma vez por semana, para garantir que não há fissuras, machucados ou infecções;
- Preferir calçados confortáveis e não deixar cantos pontiagudos ao cortar as unhas;
- Muito cuidado ao fazer as unhas das mãos e pés fora de casa. Quem tem diabetes está mais suscetível a infecções na pele e deve procurar profissionais capacitados. Existem cursos específicos para manicures que têm clientes com diabetes;
- A depilação sempre deve ser feita de maneira delicada. Se o método escolhido for a cera quente, o cuidado deve ser redobrado, dado o risco de queimaduras. A eletrólise só pode ser feita com indicação médica e com o diabetes bem controlado;
- Sauna: no máximo 10 minutos! E sempre meça sua glicemia antes, porque o calor pode afetar a dinâmica.
- Não espremer pelos encravados ou espinhas
Fonte:
Sociedade Brasileira de Diabetes