A disfunção temporomandibular (DTM) surge a partir de um conjunto de fatores, como hábitos parafuncionais, alterações hormonais, severas maloclusões, traumas locais e alterações sistêmicas que levam ao desenvolvimento de alterações degenerativas articulares, como a artrite reumatoide e a fibromialgia.
Essa síndrome afeta milhares de pessoas, de qualquer idade, sexo ou raça, embora atinja principalmente as mulheres na idade adulta, que muitas vezes pensam que sofrem de uma enxaqueca recorrente.
As principais queixas dos pacientes são relacionadas a sintomas dolorosos, limitação de abertura bucal, ruídos articulares, além de travamento em abertura e fechamento da boca. Também é comum o indivíduo apresentar otalgia e cefaleia, o que o faz procurar otorrinolaringologistas e neurologistas.
“A área, que apesar de resistente, pode ser sensível a movimentos repetitivos. Além disso, a pressão excessiva para mastigar pode causar dores de cabeça, dor de ouvido e zumbido, podendo prejudicar as estruturas responsáveis pelas atividades relacionadas ao ato de abrir e fechar da boca. A pressão pode, inclusive, causar o deslocamento da articulação temporomandibular (ATM) por esses movimentos repetitivos do côndilo (osso redondo localizado entre o maxilar e o crânio) e, assim, comprometer o fechamento e a abertura, que permitem a mastigação”, alerta Fábio Ricardo Loureiro Sato, mestre e doutor em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial.
Disfunção temporomandibular
O diagnóstico é normalmente clínico, mas exames complementares, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassom podem ajudar o médico.
Para diagnosticar esse problema, deve-se ficar atento a presença dos sintomas relacionados para confirmar ou descartar o problema e indicar o tratamento mais adequado.
Os principais sintomas são:
- Som de cliques ou estalos ao abrir e fechar a boca;
- Dificuldade para abrir a boca;
- Edema facial;
- Enxaquecas fortes e recorrentes;
- Dores intensas próximo aos músculos da mastigação e da articulação temporomandibular.
“O profissional precisa estar atento às queixas dos pacientes e avaliar se essa dor e limitação de abertura de boca são decorrentes somente de um problema muscular ou também envolve a articulação. Isso porque os tratamentos para a alterações musculares são meramente clínicos, enquanto as alterações articulares podem necessitar de procedimentos cirúrgicos dependendo do problema”, ressalta o especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial.
Tratamentos indicados
Há, normalmente, dois tipos de tratamento para essa disfunção. Em casos mais simples, o tratamento clínico resolve mais de 95% dos casos, porém nos casos mais graves pode existir a necessidade de cirurgia.
Os tratamentos que incluem o uso de dispositivos interoclusais (placa de mordida), exercícios de fisioterapia e medicações costumam resolver 90% dos casos.
Somente em casos mais graves, em que esses tratamentos não têm os efeitos desejados, é que os médicos devem indicar os procedimentos cirúrgicos aos seus pacientes.
“Antes as correções cirúrgicas somente eram possíveis com cirurgia aberta, mas agora temos o tratamento minimamente invasivo, que permite ao paciente retornar às suas atividades diárias quase imediatamente e com menor risco em relação às cirurgias que eram realizadas no passado”, explica Fábio Sato.
Fonte:
Portal Pebmed