Provavelmente você já ouviu falar em outubro rosa, novembro azul, setembro amarelo, mas e setembro dourado? Assim como todas as outras, a campanha surgiu para alertar sobre um grande desafio enfrentado pela nossa sociedade.
O Setembro Dourado quer chamar a atenção para o câncer infantojuvenil e, principalmente, para a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances da cura. Por isso, falar sobre câncer infantojuvenil é, sobretudo, falar sobre tempo. O câncer nos mais novos, além de ser confundido com os sintomas de doenças mais comuns, desenvolve-se muito rapidamente. Isso ocorre porque o crescimento da criança estimula o crescimento do tumor. Logo, quanto antes diagnosticado, maiores as chances de cura. Para isso a campanha conta com ações educativas nas redes sociais e palestras para os profissionais da área. Essas ações também visam reivindicar os devidos investimentos na assistência a esses pacientes que “valem ouro”, por isso o dourado foi a cor escolhida.
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são linfomas (sistema linfático), os do sistema nervoso central e as leucemias
Ao contrário do câncer em adultos, não podemos correlacionar sua ocorrência com fatores externos como atuantes diretos. Para as crianças essa relação não fica muito clara. No entanto, foi evidenciado que as exposições durante a concepção e vida intrauterina são consideradas o fator de risco mais adequado na etiologia desse grupo de neoplasias.
No Brasil, o câncer infantojuvenil é primeira causa de morte por doenças em crianças de 0 a 19 anos. A cada hora, surge um novo caso da doença no país e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, infelizmente, os números de novos casos tende a aumentar nos próximos anos.
O câncer infantojuvenil é considerado uma patologia rara que apresenta características distintas, especialmente em relação à histopatologia e ao percurso clínico. Ele faz parte de um conjunto de doenças mais agressivas, com curtos períodos de latência e que se proliferam rapidamente. Entretanto, demonstra perspectivas de bom prognóstico, se houver um diagnóstico precoce com um tratamento rápido e eficaz, sendo que as chances de cura podem chegar a 80%.
Para isso, é preciso ficar atento a certos sintomas que crianças e adolescentes podem apresentar, como palidez, dor óssea, hematomas ou sangramentos pelo corpo, caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores e não acompanhados de febre ou outros sinais de infecção, perda de peso sem causa aparente, febre e sudorese noturna, tosse persistente ou falta de ar, alterações oculares (reflexo branco na pupila, estrabismo recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos), inchaço abdominal, dores de cabeça, especialmente se forem incomuns e contínuas, além de vômitos recorrentes pela manhã ou com piora durante o dia, dores nos membros e inchaços sem qualquer sinal de infecção ou trauma. É de grande valia que toda a criança seja acompanhada periodicamente por um pediatra. Caso observe alguns desses sinais/sintomas, é especialmente importante procurar assistência do profissional.
Quanto aos vários tipos de câncer infantojuvenil, há uma diferença entre os países. Naqueles em desenvolvimento, com uma população infantil de 50%, a proporção do câncer nas crianças representa de 3% a 10% do total de neoplasias. Já nos países desenvolvidos, essa proporção atinge somente cerca de 1% (Estimativa 2016: Incidência do câncer no Brasil – INCA e Ministério da Saúde).
Descobrir que uma criança ou um adolescente tem câncer é algo extremamente difícil de se enfrentar, ainda mais para os pais. Contudo, os progressos nas pesquisas e tratamentos tornaram a cura algo mais provável, especialmente quando a doença é identificada logo no início. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados e a maioria terá uma qualidade de vida satisfatória, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
Referências:
http://www.abrace.com.br/abrace/conheca-a-doenca#.XWK74ehKjIV
https://www.unifal-mg.edu.br/petenfermagem/node/135
https://institutoronald.org.br/blog/cancer-infantojuvenil/setembro-dourado/
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