No Reino Unido, foi criado o Care Research and Technology Centre, instituição voltada exatamente para a pesquisa tecnológica aplicada ao cuidado – o orçamento é de 20 milhões de libras, o equivalente a 97 milhões de reais. O neurologista David Sharp, diretor do centro, diz que de 85% a 90% dos indivíduos afirmam que preferem permanecer em seus lares: “nosso objetivo é buscar tecnologias centradas no paciente com demência para que vivam melhor e em suas casas enquanto isso for possível. As estatísticas mostram que um em cada quatro leitos hospitalares é ocupado por pessoas com demência e 20% dessas internações são causadas por quedas, desidratação ou infecções que poderiam ser evitadas”. Sensores para serem usados no corpo ou espalhados pela residência ajudarão a medir os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura, além de monitorar o sono dos idosos. Tais informações poderão ser compartilhadas com cuidadores para viabilizar intervenções mais rápidas.
No fim do mês passado, o jornal “Financial Times” fez reportagem sobre iniciativa da organização britânica Alzheimer’s Society, que criou um programa de crowdsourcing para financiar projetos que atendam a portadores da doença. Arrecadou 200 mil libras (970 mil reais) e vai investir em duas propostas: a primeira se chama Jelly Drops: apesar de parecerem atraentes jujubas, elas não são guloseimas – sua composição tem 90% de água e o objetivo é prevenir a desidratação. A segunda é um aplicativo chamado “How I do?” (“Como eu faço?”), que oferece um tutorial simples para tarefas do dia a dia, como preparar uma xícara de chá ou tomar banho, para quem já apresenta dificuldades em executar suas atividades.
Vem da Finlândia uma outra abordagem que une tecnologia e calor humano, como mostrou a revista “The Economist”. Através de um monitor, uma enfermeira acompanha o almoço de um grupo de idosos. Ela se certifica de que vão se alimentar bem e na hora certa porque, embora as refeições tenham sido distribuídas pelo serviço social, todos vivem sozinhos e essa companhia, mesmo virtual, representa um estímulo. Esse “encontro” também é uma forma de checagem: se a enfermeira notar algo diferente, pode acionar um cuidador para fazer uma visita.
Fonte:
https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2019/07/04/tecnologia-a-servico-da-demencia.ghtml
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