A Depressão pós-parto, um subconjunto da Depressão Perinatal (DPN), é a complicação obstétrica mais comum nos Estados Unidos. Mesmo quando os resultados da triagem são positivos, as mães frequentemente não recebem avaliação adicional, e mesmo quando a depressão é diagnosticada, as mães não recebem tratamentos baseados em evidências.
Estima-se que 80% das mulheres tenham o chamado baby blues, certa melancolia que aparece nos primeiros dias do bebê em casa, dura no máximo um mês, e tem mais a ver com a adaptação física e emocional à nova realidade, além das alterações hormonais bruscas que o corpo sofre nessa fase. Mas a Depressão pós-parto vai além, tanto na intensidade quanto na duração dos sintomas, geralmente notados de quatro a seis semanas após o parto e que podem se arrastar por um ano (ou mais, em alguns casos). Ansiedade, irritabilidade, mudanças de humor, cansaço e desânimo persistentes estão no topo da lista de indícios, que também passam por diminuição de apetite, insônia e sensação de incapacidade.
Recentemente, de acordo com uma declaração de política e relatório técnico publicado na revista Pediatrics, foi preconizado que os médicos pediatras devem avaliar as novas mães para detectar efetivamente situações de depressão pós-parto (DPP) em visitas de consultório dos bebês, e fazer uso dos recursos da comunidade para tratamento e encaminhamento. No artigo, os autores americanos observam que a triagem provou ser bem-sucedida na detecção da DPP, e com tratamento adequado e precoce, houve boa redução dos efeitos da depressão e melhora no relacionamento entre mãe e bebê.
Além disso, o Estudo revela que a DPP leva ao aumento dos custos de cuidados médicos, tratamento médico inadequado do lactente, descontinuação aleitamento materno, disfunção familiar e aumento do risco de abuso e negligência.
A DPP, especificamente, afeta negativamente este período inicial crítico de desenvolvimento do cérebro. A DPN é um exemplo de uma experiência adversa na infância que tem complicações adversas potenciais a longo prazo para a mãe, seu parceiro, o bebê e a relação mãe-bebê. No entanto, o DPN pode ser tratada de forma eficaz, e o estresse sobre o bebê pode ser reduzido. Os atendimentos pediátricos devem coordenar os cuidados de forma mais eficaz com o pré-natal, prestando de serviços, tratamento e acompanhamento psicológico para mulheres com depressão materna diagnosticada no período pré-natal. Além disso, devem estabelecer um sistema para implementar a triagem da DPP e organizar visitas de puericultura periódicas.
A Academia Americana de Pediatria, trabalhando com departamentos estaduais de saúde, junto a financiamentos públicos e privados e programas de saúde materna e infantil,
defendem que deve ser intensificado o treinamento para a triagem da DPN e tratamento da mesma. Desse modo, a Academia Americana de Pediatria espera que a triagem para DPN seja aperfeiçoada, de modo a otimizar o tratamento, evitando sequelas tanto para a criança quanto para a mãe.
Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30559120
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