Tenho 41 anos e sou radiologista. Não gosto da área que atuo e quero fazer outra especialidade. Pretendo ir para terapia intensiva (2 anos de clínica médica e 2 de intensiva). Muito chão pela frente. A longo prazo terei ainda tempo razoável para exercer a especialidade (fisicamente desgastante pelos plantões)? Qual a idade que os intensivistas geralmente se aposentam? Qual é a sua opinião?
Resposta :
Nunca é tarde para se “chutar a barraca “ e correr atrás de uma vida profissional mais compensadora pessoalmente.
Quando a barraca é boa ( e podemos considerar a radiologia uma boa barraca do ponto de vista financeiro e de qualidade de vida), devemos pensar bem antes de tomar essa atitude.
Não seria o caso de buscar novos desafios dentro da radiologia, tais como radiologia intervencionista ou telemedicina ?
Pense que a profissão (qualquer que seja ela) deve ser encarada como atividade meio e não atividade final. Nosso objetivo deve ser o de TRABALHAR PARA VIVER E NÃO VIVER PARA TRABALALHAR.
Mas de qualquer modo se estiver realmente decidido em buscar novos desafios na área de Medicina Intensiva, um caminho mais curto seria o de fazer uma Pós Graduação lato sensu em terapia intensiva, possibilidade aberta para médicos de qualquer especialidade. Nesse caso seu tempo de formação nessa nova área seria menor e durante o curso vc vai poder confirmar se realmente vai se identificar com essa especialidade.
Abaixo alguma informação da AMIB.
Pós-Graduação AMIB – Entenda Melhor
INTRODUÇÃO
Com os avanços tecnológicos das últimas décadas, a Medicina Intensiva tornou-se essencial no tratamento de pacientes graves. É nessas unidades que se tem a garantia de sucesso de cirurgias complexas, bem como da terapia de pacientes acometidos por disfunções orgânicas múltiplas ou de pacientes politraumatizados, dentre outros. A Medicina Intensiva tem sido indubitavelmente uma das principais responsáveis pela melhora observada nos índices prognósticos e diminuição da mortalidade desses pacientes. No entanto, reconhece-se, hoje, que, para que tal melhoria ocorra, faz-se necessário que esses pacientes sejam conduzidos por equipe multidisciplinar liderada por profissional capacitado por meio de formação em Medicina Intensiva.
A Medicina Intensiva é uma especialidade jovem em nosso país. Vários programas de residência médica em Medicina Intensiva estão ativos há vários anos. No entanto, ainda estão concentrados em áreas geográficas limitadas e com número de vagas insuficientes para suprir as necessidades de um país com dimensões continentais, como o Brasil. Essas limitações impossibilitam o acesso à formação de novos profissionais gerando, assim, a necessidade de programas que visem otimizar a qualificação de profissionais que já atuem nessa área da atividade médica.
O curso de PG lato sensu em Medicina Intensiva chancelado pela AMIB preenche importante lacuna na atualização e no aperfeiçoamento do conhecimento de profissionais que, hoje, atuam nessa área médica, visando à melhoria da qualidade do atendimento prestado ao paciente crítico e melhorando, assim, seu prognóstico.
O curso de pós-graduação (PG) lato sensu em Medicina Intensiva chancelado pela Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB) objetiva aperfeiçoar o conhecimento de profissionais envolvidos com a prática da Medicina Intensiva e ocorre pela celebração de contrato entre a AMIB e a Instituição de Ensino Superior (IES) credenciada pelo Ministério da Educação (MEC). O desenvolvimento do projeto pedagógico e da estruturação curricular, bem como a indicação do corpo docente, é realizada por meio dessa parceria entre a AMIB e a IES.
A AMIB tem, assim, a missão de promover a expansão desse projeto primando pela qualidade superior do mesmo.
JUSTIFICATIVA
A AMIB, ao mesmo tempo em que reitera a necessidade de formação de novos profissionais na área de Medicina Intensiva por meio da residência médica, reconhece a impossibilidade de levar essa formação, em curto prazo, a todo o Brasil sendo, assim, necessário e urgente desenvolver projetos de Educação Continuada que visam à melhor qualificação de profissionais que atuam nessa área medica. Entende-se que o paciente gravemente enfermo deve ser assistido por equipe multidisciplinar habilitada e treinada para a identificação e o manuseio precoce de situações que colocam esses pacientes em risco de vida. A literatura médica internacional demonstra claramente que a capacitação profissional traz vantagens quanto à evolução dos pacientes, ao tempo de internação e aos custos hospitalares.
OBJETIVOS
O curso foi desenvolvido de acordo com a Resolução 1, de 3 de abril de 2001, da Câmara de Educação Superior (CES)/Conselho Nacional de Educação (CNE)/MEC. O objetivo geral do curso é o de proporcionar uma qualificação em Medicina Intensiva, em nível de PG, aos profissionais médicos que atuem nessa área ou que possam vir a atender pacientes gravemente enfermos. O curso visa, ainda, conscientizar os profissionais de saúde sobre a necessidade de profissionais capacitados atuando na área de Medicina Intensiva, mas, principalmente, do impacto na melhoria do atendimento de saúde e dos resultados obtidos pela presença desse profissional na UTI.
Os objetivos específicos do curso incluem:
– Promover atividades científicas e proporcionar o aperfeiçoamento em Medicina Intensiva;
– Capacitar o médico a identificar e a solucionar os problemas do paciente gravemente enfermo;
– Desenvolver, no médico, em seus aspectos conceituais e práticos, a liderança necessária para o trabalho em equipe, próprios da multiprofissionalidade e transdisciplinaridade assistencial do paciente grave;
– Fomentar o conhecimento e a prática dos conceitos éticos e humanitários da Medicina Intensiva;
– Desenvolver o espírito profissional observador e crítico, capaz de realizar estudos de realidade, pesquisa e educação continuada em Medicina Intensiva bem como formar profissionais capazes de liderar projetos associativos identificados com as necessidades sociais da comunidade em que se insere.
É importante ressaltar que a especialidade “Medicina Intensiva” exige vivência prática, requerendo destreza técnica em inúmeros procedimentos invasivos e complexos, os quais não serão contemplados de maneira prática na PG lato sensu. A formação do intensivista exige experiência em beira de leito idealmente obtida em programas de residência médica ou, alternativamente, Comprovar experiência profissional caracterizada pela jornada de trabalho de, no mínimo, 20 (vinte) horas semanais como plantonista em UTI, por período de pelo menos 8 (oito) anos, sendo que essa atividade deve ser ininterrupta nos últimos dois anos, sendo estes os requisitos exigidos atualmente pela AMIB para que o médico seja considerado candidato a prestar a prova de título AMIB-AMB para a titulação na especialidade.
A certificação obtida com a PG não é pré-requisitos para prestar a Prova de Título, somente deve ser considerada na pontuação da prova teórica do Título de Especialista, obedecendo as normas do Edital da Prova, quando da avaliação para obtenção do Título de Especialista em Medicina Intensiva.
CARGA HORÁRIA / PERÍODO E PERIODICIDADE
A carga horária total do curso é de 360 h/a.
A duração do curso é de 18 meses.
O curso é ministrado em módulos mensais com 20 h/a.
As aulas serão distribuídas de duas formas: na sexta-feira das 14 às 22h e sábado das 8 às 16h
PÚBLICO-ALVO
Com tal programa, a AMIB visa contemplar especialmente os profissionais que já atuam em Medicina Intensiva, mas que não tiveram formação nessa especialidade durante a residência medica, que é considerada padrão-ouro na formação de intensivistas. O curso tem ainda papel qualificador importante para profissionais que atuam em unidades de urgência e emergência, já que aborda o paciente grave em todos seus aspectos.
De acordo com a Resolução 1, de 3 de abril de 2001 da CES/CNE/MEC, que estabelece normas para o funcionamento dos cursos de PG, fica definido que o curso deve ser oferecido a portadores de Diploma de Médico.
Sucesso
Mário Novais
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