Em todo o globo, mais de 425 milhões de pessoas têm diabetes – no Brasil, esse número é de 13 milhões. Os dados são da International Diabetes Federation (IDF), responsável pela campanha mundial que, para este ano, chama atenção ao papel do núcleo familiar para prevenção e controle da doença. Por meio do Novembro Diabetes Azul, a iniciativa mobiliza pessoas envolvidas no cuidado ao paciente que, em todo o mundo, atuam para difundir informação de qualidade e promover educação acerca da patologia.
Nacionalmente, o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, contará com atividades de Norte a Sul, que podem ser conferidas no site oficial da campanha. No país, a ação é promovida pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), instituição responsável pela reinserção do Novembro Diabetes Azul no Calendário de Eventos do Ministério da Saúde. “Foi um avanço importante da Advocacy da Sociedade com a ADJ Brasil e a FENAD, além de mais um grande passo para a integração com o staff técnico-político do Ministério da Saúde”, comenta Hermelinda Pedrosa, médica endocrinologista e presidente da SBD.
Apoio familiar impacta diretamente o manejo do diabetes
De acordo com a especialista, o tema da campanha chama atenção para influências comportamentais e clínicas da família, que representa o grupo primário de relacionamentos e é capaz de impactar a saúde de seus integrantes. “O diabetes é uma doença crônica e exige mudanças efetivas nos hábitos cotidianos do paciente e da família, inclusive na relação com alimentos e exercícios físicos. É um processo educacional contínuo”, afirma.
Tal questão é ainda mais presente quando o diabetes acomete crianças e adolescentes. Isso porque as atitudes familiares repercutem na aceitação ou não dos mecanismos de enfrentamento da doença. Assim, Pedrosa destaca que todo o núcleo familiar deve estar envolvido, já que no diabetes tipo 1 é dos pais a responsabilidade dos cuidados.
“O manejo da doença é complexo e demanda integração com todas as atividades diárias. O ambiente no qual a pessoa está inserida tem papel fundamental na forma como ela lida com o diabetes, e isso impacta o sucesso ou a falha do tratamento”, avalia a presidente da SBD.
Cuidado específico para cada tipo de diabetes
O diagnóstico do diabetes tipo 1 acontece geralmente na infância e adolescência, o que aumenta a responsabilidade familiar. Aqui, englobam-se alimentação saudável, controle da glicemia, condução da insulinoterapia, identificação e ação perante episódios de hipoglicemia. “A atenção especial da família ao processo de transição, conforme a criança cresce e chega à adolescência, é fundamental para que a conscientização e o autocuidado se ampliem naturalmente”, reforça Pedrosa.
Já o diabetes tipo 2 surge, em geral, na fase adulta e está ligado à resistência à ação e diminuição da produção de insulina no pâncreas, ação deficiente de hormônios intestinais, dentre outros. A obesidade, dislipidemia (elevação do colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, histórico familiar da doença ou de diabetes gestacional, e o processo de envelhecimento são os principais fatores de risco. O tratamento demanda mudanças no estilo de vida – ao receber o diagnóstico do diabetes, as adaptações da rotina devem ser intensificadas, sobretudo na eliminação de alimentos inadequados e do sedentarismo. Principalmente nesse caso, a família também pode ter impacto tanto positivo quando negativo na qualidade de vida.
“O envolvimento proativo da família aumenta o comprometimento de quem recebeu o diagnóstico, seja criança, adolescente, adulto ou uma pessoa idosa, e motiva um seguimento com mais chance de êxito resultando em melhor controle, mais qualidade de vida e menor frequência de complicações. Além disso, favorece o engajamento a associações de pessoas com diabetes, para buscar melhorias para o tratamento nas esferas governamentais e, claro, em campanhas de alerta para prevenção”, afirma a presidente da SBD.
Fonte:
Snif Doctor
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