O câncer colorretal – responsável pela segunda maior incidência entre as mulheres e terceira entre os homens – por ano, mata mais de 15 mil indivíduos em nosso país. É possível, contudo, mesmo diante desse fato, detectar a neoplasia em seus estágios iniciais, quando a possibilidade de cura chega a 95%.
O que deveria ser feito?
Para verificar a presença ou não de câncer colorretal o paciente deve realizar um exame de rotina o qual avalia a presença de sangue oculto nas fezes. É um exame barato, simples e, infelizmente, negligenciado em muitas situações. Está indicado para todas as pessoas entre 50 e 75 anos e deve ser feito uma vez ao ano.
Se o resultado der negativo, não há necessidade de se preocupar com a patologia. Porém, caso o teste seja positivo, deve ser indicado a colonoscopia, que envolve introduzir uma pequena câmera pelo ânus para analisar as paredes do reto e do intestino grosso. Por meio da transmissão de imagem para um televisor, o especialista consegue visualizar e diagnosticar inflamações, verrugas (pólipos) e até a presença de massas cancerosas.
Um estudo realizado pelo A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, realizou um estudo com 1 200 pacientes que tinham indicação de realizar o exame de sangue oculto no intuito de verificar maiores detalhes sobre o comportamento das pessoas em relação a esse checkup de rotina. O primeiro dado da pesquisa, contudo, espantou os pesquisadores: 540 participantes (45% do total) simplesmente não retornaram ao hospital sequer para entregar a amostra de fezes que seria analisada no laboratório.
De acordo com o oncologista envolvido na pesquisa, a falta de tempo para voltar ao médico é um dos fatores que mais contribuem para essa baixa adesão. Entre os 660 restantes (55% da amostra) que levaram o potinho com as fezes de volta ao A.C. Camargo, 33 (5%) tiveram um resultado positivo, ou seja, possuíam gotas de sangue coagulado. Como essa informação não é suficiente para fechar o diagnóstico de câncer colorretal, eles foram orientados a realizar o exame de colonoscopia.
Na etapa do exame de imagem, contudo, 10% dos indivíduos não voltaram para fazer o exame e estão sob risco de descobrir a doença numa fase mais avançada e até com metástase, quando a taxa de cura cai para apenas menos de 20%.
Dos 30 pacientes que foram submetidos à segunda etapa, 18 encontraram algum problema na porção final do intestino. Na grande maioria dos casos (90%), eram apenas pólipos, lesões iniciais que são retiradas na hora mesmo e não apresentam grandes ameaças. Somente dois foram diagnosticados de fato com câncer colorretal.
Para reverter a doença, geralmente é preciso recorrer às cirurgias. Em situações mais com elevado nível de risco ao paciente, ainda, são indicados o uso de quimioterapia ou de radioterapia.
Fonte: saude.abril.com.br
Relacionados
Março 22, 2023