Em comunicado recente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre a carência de invenções de novos antibióticos. O fato pode contribuir para terapêuticas progressivamente menos eficientes contra bactérias cada vez mais resistentes. Nesse contexto, a OMS afirmou necessidade urgente de os investimentos no desenvolvimento farmacológico diante desta “crescente ameaça” à saúde mundial.
A OMS registrou, no total, 51 novos antibióticos em estudos ainda em fase de desenvolvimento clínico para combater os chamados agentes patógenos prioritários, a tuberculose e a infecção diarreica atribuída ao Clostridium difficile. São apenas 8, contudo, as inovações no quesito de tratamento capazes de integrar o “arsenal” já existente até o presente momento.
Em fevereiro, a OMS publicou uma lista de 12 famílias de bactérias resistentes – as chamadas “superbactérias” além da tuberculose, que a cada ano mata 250 mil pessoas no planeta. Contra essas famílias, por sua vez, a organização destaca a urgência no desenvolvimento de novos medicamentos, a exemplo de enterobactérias como Klebsiella e E.coli. Algumas destas famílias provocam infecções comuns, como pneumonia e do trato urinário. Caso não sejam tomadas atitudes inovadoras na terapêutica contra essas bactérias, haveria um risco de retroagirmos na âmbito do combate a esses microrganismos e quaisquer infecções comuns se tornariam temidas e pequenas cirurgias ofereceriam risco de vida.
Apenas para a tuberculose estimou-se necessidade de investimentos superiores a 800 milhões de dólares anuais na pesquisa de novos medicamentos. São muito poucas de acordo com a OMS, também, as soluções orais de antibióticos sendo criados, quando na realidade são fundamentais para uso em infecções tratadas fora de ambiente hospitalar.
Até 2050, há a possibilidade de as bactérias resistentes aos antibióticos matarem até 10 milhões de pessoas por ano – equiparando-se aos expressivos números registrados pelo câncer – de acordo com grupo de especialistas internacionais formado em 2014 no Reino Unido.
Por fim, vale ressaltar que não se trataria somente de desenvolvimento de novos antibióticos, mas também de avanços na profilaxia de doenças e evolução de estratégias terapêuticas existentes e futuras para um melhor controle dessa nova realidade em evidência.
Fonte: g1.globo.com/bemestar
Autor: Rafael Kader