Pergunta : Luiza ( PUC – Paraná )
Bom dia
Passei agora em concurso para residencia em genética médica e infectologia. Sei que são especialidades bem distintas, mas estou bem na dúvida de qual fazer. Poderiam me ajudar detalhando melhor o mercado de trabalho para cada uma?
Obrigada :
Resposta :
São duas áreas bem diferentes e você deve levar em conta na escolha, principalmente como será seu dia a dia conforme a especialidade escolhida.
O Mercado de trabalho também será bem diferente.
Algumas informações sobre essas especialidades poderão te ajudar na escolha.:
INFECTOLOGIA :
A infectologia foi uma das especialidades que mais progrediu em termos de status nos últimos anos. Anteriormente rotulada como especIalidade que tratava somente de doenças raras e crônicas como esquistossomose , calazar e doença de chagas, com o aparecimento da AIDS e novas doenças como Influenza H1N1 evoluiu para um aumento significativo da clientela.
Além disso, desde a morte do presidente Tancredo Neves, vitima de infecção hospitalar, passou a ser exigido dos hospitais a criação das comissões de controle de infecção hospitalar com normas rígidas de funcionamento, abrindo um mercado interessante em termos de consultoria para os profissionais dessa especialidade.
O mercado ainda é carente de profissionais, tanto na área de consultórios como nas solicitações de pareceres em pacientes internados em aptos, enfermarias e unidades de tratamento intensivo.
Esse é o principal mercado em cidades grandes ( consultórios próprios que até independem de convênios porque lida com casos especiais, centros de saúde, pareceres em pacientes internados com infecções resistentes e consultoria na organização e acompanhamento de CCIHs )
No momento, a epidemia de Dengue, Zica, Chicunguia e febre amarela em varias cidades tb estimula o mercado de infectologia.
Em cidades do norte do Brasil, o controle de doenças como febre amarela e malária tb é um mercado promissor para esses especialistas na área de saúde publica principalmente.
Pela AIDS, pelas novas doenças infecciosas que vão continuar aparecendo periodicamente, pelas CCIHs e pelo consequente aumento rápido da clientela, a DIP passou a ser uma das melhores especialidades do momento.
GENÉTICA MÉDICA
A Genética médica pode ser dividida em dois segmentos : a genética clínica e a genética laboratorial, podendo o profissional atuar nas duas áreas, o que exige uma formação demorada.
A residência tem uma duração de 3 anos, podendo ( e talvez devendo ) ser complementada com um estágio laboratorial de 6 meses a um ano.
É, sem dúvida, uma especialidade cada vez mais importante com tantas descobertas tipo genoma humano e o futuro aponta para uma importância ainda maior com terapias personalizadas substituindo as terapias tradicionais existentes.
Existem bons programas de residência médica em genética na Fiocruz, na Usp, mas o serviço mais diferenciado é o da Unicamp.
O mercado de trabalho é carente de bons profissionais, principalmente na área clínica, talvez até porque seja uma especialidade triste, envolvendo várias síndromes congênitas sem possibilidade de cura.
A área laboratorial envolve custos altos e metodologia apurada, sendo interessante que o profissional esteja filiado a alguma universidade e possa participar de várias linhas de pesquisa.
A remuneração pode ser boa na área clínica pela maior parte da clientela ser de pacientes particulares e também pode ser boa na área de pesquisa pelos projetos grandes que envolve. ( as pesquisas em genética laboratorial recebem um dos maiores orçamentos de pesquisa atualmente patrocinadas pelos órgãos de fomento.).
Algumas informações sobre a residência em genética médica podem te auxiliar na decisão de optar por essa especialidade:
- Requisitos para cada um dos três anos do programa de residência –
- Primeiro ano – R1
- – Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária Estrutura do genoma humano
Bases cromossômicas da hereditariedade
Padrões de herança mendeliana
Padrões de herança não convencionais
Herança complexa e principais doenças relacionadas Bases moleculares das mutações e implicações clínicas Aspectos genéticos do desenvolvimento
Citogenética clínica I
Propedêutica em genética clínica
Princípios de genética clínica
Princípios de teratogênese
Noções de Aconselhamento Genético
II – Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária
- Ambulatórios de Genética 40-50%
- Ambulatórios de Especialidades externas 40%
- (pediatria incluindo neonatologia, neurologia e/ou endocrinologia e/ou clínica
médica e/ou gineco-endócrino) - Atividade plantão (20 h / sem)
- Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou
Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica)
III – Locais de treinamento - – Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio)
- – Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio)
- – Berçário
- – Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de
Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais) - – Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas
- – Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa
IV – Competências
Ao final do primeiro ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) realizar
avaliação genético-clínica de pacientes com história/suspeita de doenças genéticas ou secundárias a agentes teratogênicos; 2) reconhecer as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. - Segundo ano – R2
- I – Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária
- Diagnóstico clínico-etiológico em dismorfologia
- Malformações congênitas – epidemiologia e bases etiopatogênicas
- Doenças metabólicas: classificação, quadro clínico, métodos de diagnóstico,
tratamento
- Aspectos genéticos da infertilidade/esterilidade
- Diagnóstico pré-natal, indicações e técnicas
- Aspectos genéticos das perdas gestacionais
- Aspectos genéticos do câncer
- Princípios de neurogenética
- Principais síndromes hematogenéticas
- Principais genodermatoses
- Citogenética clínica II
- Princípios clínico e laboratorial dos EIM
- Técnicas de Aconselhamento Genético
II – Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária - Ambulatórios de Genética
- Ambulatórios de Especialidades ou disciplinas externas
(infertilidade, medicina fetal, neuroimagem) - Atividade plantão
- Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou
Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica)
III – Locais de treinamento - – Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio)
- – Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio)
- – Berçário
- – Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de
Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais) - – Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas
- – Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa
IV – Competências
Ao final do segundo ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) realizar
avaliação genético-clínica de pacientes com doenças metabólicas; 2) reconhecer famílias com história de câncer familiar e de outras doenças genéticas como genodermatoses, doenças neurogenéticas e hematogenéticas; 2) conduzir clinicamente as principais malformações isoladas e os principais quadros sindrômicos dismórficos e metabólicos; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. - Terceiro ano – R3
- I – Conteúdo programático teórico – 10 a 20% da carga horária
60% 20% (20 h/ sem)
Ferramentas moleculares em genética médica: métodos e aplicações polimorfismos genéticos: implicações clínicas, diagnóstico molecular genética de populações: freqüência gênica e fatores modificadores
mapeamento gênico: aplicações clínicas
imunogenética: diagnóstico clínico-laboratorial das imuno-deficências hereditárias
neurogenética: doenças neuromusculares e neurodegeneretivas
oncogenética: mecanismos moleculares e citogenéticos do câncer e suas
aplicações clínicas
II – Conteúdo programático prático – 80 a 90% da carga horária
- Ambulatórios de Genética
- Laboratórios (Citogenética, Genética Bioquímica, Molecular)
- Atividade plantão
- Recomenda-se que as atividades de plantão sejam exercidas em: berçário e/ou
Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou de Anatomia Patológica, e/ou enfermaria de Pediatria e/ou enfermaria de clínica médica).
III – Locais de treinamento - – Ambulatórios (de Genética e das demais especialidades de estágio)
- – Enfermarias (de Pediatria e das demais especialidades de estágio)
- – Berçário
- – Centro Obstétrico ou Laboratório de Dismorfologia Perinatal ou Serviço de
Patologia (para exame dismorfológico dos óbitos perinatais) - – Salas para estudo dos casos clínicos ou bibliotecas
- – Sala de reunião para desenvolvimento do conteúdo teórico do programa
- – Laboratórios (Citogenética, Genética Bioquímica, Molecular, Patologia)
IV – Competências
Ao final do terceiro ano o médico residente deverá ser capaz de: 1) dispor de
meios para conduzir clinicamente qualquer patologia de origem genética, bem como as embriopatias teratogênicas; 2) solicitar, interpretar e discutir sobre os exames laboratoriais de citogenética, genética bioquímica e genética molecular; 3) discutir sobre temas relacionados aos conceitos básicos de genética, cujo conhecimento deve ter sido aprofundado com o conteúdo teórico recomendado. - Sucesso
- Mário Novais