Pergunta : Lorena Ventura (Hospital Maternidade Therezinha de Jesus – JF )
Boa tarde, Dr. Mário. Estou escolhendo uma especialidade. Uma das áreas pelas quais me interesso envolvem a Emergência. Precisamente Medicina de Emergência ou Cirurgia do Trauma, mas tenho pouco contato com profissionais dessa área para questionar sobre o cotidiano do médico.
Gostaria de saber sobre satisfação do profissional, remuneração e processo jurídico contra o profissional.
Como ambas são áreas que vivem de plantão, aproveito para perguntar se seria indicado ter outra especialidade como “garantia”.
Desde já agradeço.
Resposta :
A especialidade emergência recém foi reconhecida pelo CFM como especialidade médica e os programas ainda estão em organização, mas de um modo geral são baseados em alguns já existentes, como esse abaixo da UNIFESP :
O Programa foi credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica em 26/01/2016 sob o nº de Parecer 274/2016, iniciará com 9 vagas para acesso direto. O objetivo da residência é formar médicos para atender as principais emergências médicas, O programa será de 3 anos onde ele passará por diversos estágios, como: Emergências Clínicas, Cirúrgicas, Cardiológicas, Psiquiátricas, Neurológicas, Ortopédicas, ginecológicas e Obstétricas, estágio de Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Terapia Intensiva, Cuidados Paliativos, Simulação, Gestão em Saúde, Atendimento Pré-Hospitalar, Regulação do sistema de emergência, Centro de Toxicológia e Optativo.
O Programa de Residência terá um programa teórico com formação em medicina baseada em evidências com curso de simulação realística, ensinamentos de emergências, curso de ultrassonografia em emergências. Além disso, o aluno terá a possibilidade de ingressar no Mestrado Profissional Associada à Residencia Médica – MEPAREM.
Já a cirurgia de trauma exige uma outra formação, passando pelo pré requisito de cirurgia geral.
A Cirurgia do Trauma é uma área de atuação médica, subespecialidade da Cirurgia, reconhecida pela resolução 1.973/2011[1] do Conselho Federal de Medicina. Conforme a resolução 1.973/2011, a formação é opcional em programas de residência médica em Cirurgia geral, sendo adicionado 1 ano aos 2 já existentes. Além disso, pode ser realizado um concurso do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, disponível apenas para cirurgiões.
A subespecialidade de Cirurgia do Trauma foca nos procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, realizados em pacientes que sofreram algum trauma recente. Esse tipo de paciente diferencia-se dos outros devido à necessidade de procedimentos rápidos, intervenções agressivas e, muitas vezes, controle rigoroso de hemorragias. Além disso, o cirurgião do trauma deve saber lidar com pacientes em situação constante de risco de morte, bem como devem preparar-se para um índice de mortalidade maior do que a maioria de seus colegas cirurgiões.
A especialidade é diferente da ortopedia e traumatologia porque essas envolvem tambem o tratamento de pacientes não cirúrgicos.
A cirurgia do trauma tende a assumir papel mais importante, dentro do contexto da medicina, a medida que forem criados mais centros regionais de trauma, como já acontecem em vários países e aí teremos cirurgiões dessa especialidade de plantão nesses serviços.
O dia a dia dessas duas especialidades é agitado e deve ser opção de pessoas que gostem de viver com um determinado nível de estresse.
O emergencista iniciará dando plantões e depois poderá passar a exercer a função de chefe de um setor de emergência.
Hoje um plantão de 24 h semanais remunera ( na maioria das cidades ) em torno de 7 a 12.000,00 por mês. Um chefe da emergência pode receber cerca de 15 a 20.000,00 mensais.
Um cirurgião do trauma vai ter sua remuneração dependente das cirurgias e dos procedimentos que fizer.
Embora esteja em crescimento os processos contra médicos ( supostos erros médicos ) e até já exista seguros profissionais para ajudar na proteção do profissional, exercendo a especialidade com cuidado e sempre criando uma boa relação com os pacientes e familiares, o profissional pode evitar esses dissabores.
Sucesso
Mário Novais
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