O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, excluindo o câncer de pele não melanoma. Segundo dados do Globocan 2012, da International Agency for Research on Cancer (Iarc), o risco cumulativo (risco acumulado durante a vida) de uma pessoa ter e morrer de um câncer de mama no Brasil é, respectivamente, 6,3% (ter) e 1,6% (morrer).
Como ocorre com outros cânceres, a detecção precoce é medida fundamental que reduz morbidade e mortalidade, seja ela por diagnóstico precoce (pacientes sintomáticas) ou por rastreio (paciente assintomáticas).
Segundo o manual do MS, elaborado pelo INCA em 2015, o rastreio deve ser feito através de mamografias bianuais nas mulheres entre 50 e 69 anos.
O autoexame das mamas é contraindicado, e o exame clínico das mamas parece não apresentar tanto benefício quanto prejuízo.
Outras modalidades de exames de imagem (i.e., US e RM) também não são indicados.
Resumindo, a mamografia é o único método de rastreio que é capaz de reduzir a mortalidade da doença.
Ademais, o laudo das mamografias é descrito através da classificação universal Breast Imaging Reporting and Data System, mais conhecido como BI-RADS.
- BI-RADS 0: avaliação incompleta – deve-se avaliar os exames anteriores e/ou repetir o exame
- BI-RADS I: sem achados – não foram encontradas alterações, logo segue-se com o rastreio normalmente
- BI-RADS II: achados benignos – estes incluem fibroadenoma calcificado, cisto oleoso ou lipoma, linfonodos intramamários, calcificação vascular, etc. Seguir o rastreio como de costume.
- BI-RADS III: achado provavelmente benigno – o risco de malignidade é inferior a 2%. Deve-se realizar nova mamografia em 6 meses, e a partir daí a cada 6 a 12 meses por 1 a 2 anos.
- BI-RADS IV: anormalidade suspeita – indicação de biópsia (preferencialmente por agulha fina).
- BI-RADS V: alta suspeição para malignidade – massa espiculada ou com calcificações pleomórficas. Biópsia e tratamento estão indicados.
- BI-RADS VI: câncer já identificado por biópsia.
Fonte: Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil. MS. 2015; Eberl MM, Fox CH, Edge SB, Carter CA, Mahoney MC. BI-RADS classification for management of abnormal mammograms. Journal of the American Board of Family Medicine : JABFM. 2006;19:161-164.