O vírus Ebola é o agente responsável por uma febre hemorrágica de extrema letalidade. Neste ano, a África Ocidental (principalmente Serra Leoa, Guiné e Libéria) sofre com a pior epidemia de Ebola já identificada no mundo. No Brasil, foi confirmado o primeiro caso da doença em São Luís, Maranhão. Um nigeriano foi internado no hospital universitário HUUFMA dia 12 de agosto, indo a óbito alguns dias mais tarde.
Ebola
O vírus Ebola é o agente responsável por uma febre hemorrágica de extrema letalidade. Neste ano, a África Ocidental (principalmente Serra Leoa, Guiné e Libéria) sofre com a pior epidemia de Ebola já identificada no mundo. No Brasil, foi confirmado o primeiro caso da doença em São Luís, Maranhão. Um nigeriano foi internado no hospital universitário HUUFMA dia 12 de agosto, indo a óbito alguns dias mais tarde.
Trata-se de um vírus de RNA fita-única, identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual República Democrática do Congo). Acredita-se que seja uma zoonose, provavelmente tendo o morcego como seu reservatório natural. A aquisição da doença se dá por meio de contato direto com secreções de um indivíduo infectado, como sangue ou outros fluidos corporais que contenham o vírus (vômito, urina, fezes, suor), incluindo cadáveres!
Além de lesar diretamente os tecidos, o principal mecanismo na patogênese do Ebola é a liberação maciça de citocinas pró-inflamatórias, desencadeando, em última análise, uma grave síndrome de resposta inflamatória sistêmica. O período de incubação pode variar de 1 a 21 dias, sendo que a transmissão só ocorre após o aparecimento dos sintomas. Manifesta-se basicamente como uma febre hemorrágica viral aguda (semelhante a um quadro de choque séptico). O quadro se inicia por uma síndrome febril aguda inespecífica, evoluindo com importante comprometimento sistêmico, como estupor e hipotensão arterial. As manifestações hemorrágicas geralmente se limitam à ocorrência espontânea de hemorragias conjuntivais, petéquias e equimoses.
Para diagnóstico, já existem testes rápidos para a detecção de antígenos (ELISA) ou de material genético viral (RT-PCR) no sangue e outros fluidos corporais. No caso de óbitos em que não se tenha obtido o sangue, pode-se colher fragmentos de vísceras, geralmente do fígado. O método padrão-ouro é a cultura viral, que só poderá ser realizado em laboratórios com ambiente NB4 (nenhum laboratório público ou privado deve realizar essa técnica!).
Não existe tratamento específico para a doença, sendo limitado às medidas de suporte. Lembre-se que é uma doença de notificação compulsória imediata. Além disso, os contatos de casos suspeitos identificados deverão ser monitorados por 21 dias após a última exposição conhecida.
Igor Torturella
Referências
1. Portal da Saúde – Ministério da Saúde: www.saude.gov.br