O principal objetivo do uso de antibióticos na RSA é erradicar a bactéria do local da infecção, fazendo com que o seio acometido volte ao seu estado normal, diminuir a duração dos sintomas, prevenir complicações impedir que o processo se torne crônico.
8 TRATAMENTO
8.1 ANTIMICROBIANOS EM RINOSSINUSITES
O principal objetivo do uso de antibióticos na RSA é erradicar a bactéria do local da infecção, fazendo com que o seio acometido volte ao seu estado normal, diminuir a duração dos sintomas, prevenir complicações impedir que o processo se torne crônico.
O tratamento antimicrobiano das RSs, tanto agudas como crônicas, geralmente é realizado de maneira empírica, baseados em dados microbiológicos (culturas e sensibilidade a antimicrobianos in vitro) e de trabalhos publicados na literatura. Particularmente na sinusite maxilar aguda, a antibioticoterapia tem demonstrado eficácia em casos moderados e graves, diminuindo o tempo de resolução dos sintomas. Em pacientes portadores de RSA leve, previamente sadios, as medidas terapêuticas gerais e coadjuvantes podem ser suficientes para resolução rápida da sintomatologia sem a necessidade do uso de antibióticos).
Na RSA em adultos e crianças, os agentes etiológicos mais comuns, correspondendo a mais de 70% dos casos, são o Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae; menos frequentes a Moraxella catarrhalis, o Staphylococcus aureus e o Streptococcus beta hemolytic. O tratamento antimicrobiano deve, portanto, obrigatoriamente ser eficaz contra o pneumococo e Haemophilus influenzae.
A utilização de antibióticos, notadamente na RS, tem sido objeto de revisões da literatura e estudos comparativos entre diversos antimicrobianos e a amoxilina tem demonstrado a mesma eficácia.
Nas RSs bacterianas, a seleção do antibiótico deve levar em consideração a gravidade doença, sua evolução e exposição recente à antibioticoterapia. Os pacientes são divididos em duas categorias: aqueles com sintomas leves que não fizeram uso de antibióticos nas últimas 4 a 6 semanas e aqueles com sintomas leves, mas que usaram antibiótico nas últimas 4 a 6 semanas, ou com doença moderada-grave independente do uso prévio de antibióticos.
Recomendações para terapia inicial em adultos com doença leve, que necessitem de antibioticoterapia, e que não fizeram uso de antibióticos nas últimas 4 a 6 semanas incluem: amoxilina, amoxilina-inibidores da Beta lactamase, cefalosporinas de segunda geração (axetil cefuroxima, cefprozil, cefaclor). A trimetoprima-sulfametoxazol, doxiciclina, e os novos macrolídeos (azitromicina, claritromicina ou roxitromicina) podem ser consideradas para pacientes com alergia aos antibióticos beta lactâmicos, estimando-se, porém uma falha no tratamento em 20% a 25% dos casos.
Recomendações para terapia inicial para adultos com doença leve que receberam antibióticos nas últimas 4 a 6 semanas, ou adultos com doença moderada-grave, independente de terem ou não usado antibióticos, inclui as seguintes possibilidades: altas doses de amoxilina-clavulanato, fluorquinolonas respiratórias: levofloxacina, moxifloxacino e gemifloxacino. Ceftriaxona, na dosagem de 1 g/dia IM ou EV por cinco dias (tabela 2)
Recomendações para terapia inicial para crianças com doença leve, e que não fizeram uso de antibióticos nas últimas 4 a 6 semanas incluem: amoxilina, amoxilina-inibidores de beta lactamase, cefalosporinas de segunda geração (axetil cefuroxime, cefprozil, cefaclor). Trimetoprima-sulfametoxazol, macrolídeos (azitromicina, claritromicina e roxitromicina) podem ser consideradas se o paciente apresenta alergia aos antibióticos betas lactâmicos. É importante lembrar que estes últimos possuem ação limitada sobre a maioria dos patógenos, havendo a possibilidade de falha no tratamento (Tabela 3).
A recomendação para terapia inicial em crianças com doença leve, que fizeram uso de antibióticos nas últimas 4 a 6 semanas, ou em crianças com doença moderada-grave, inclui altas doses de amoxilina-inibidores de beta lactamase e cefalosporinas de segunda geração (Axetil cefuroxime, cefprozil e cefaclor). Trimetoprima-sulfametoxazol, azitromicina ou claritromicina, são recomendados se o paciente apresenta histórico de reação alérgica Tipo I aos antibióticos betas lactâmicos. Ceftriaxona, na dosagem de 50 mg/kg por dia IM ou EV por cinco dias.
A resistência antibacteriana dos patógenos predominantes na RSA, tais como Staphylococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxela catarrhalis, tem aumentado e com variações consideráveis em todo o mundo. A escolha do agente antibacteriano pode não
ser o mesmo para todas as regiões, e esta escolha vai depender do grau de resistência local e do fator etiológico da doença.
A duração do tratamento recomendado é de 10 a 14 dias, dependendo da gravidade e evolução do quadro clínico.
Fonte: Diretrizes Brasileiras de Rinossinusites. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 74, n. 2, supl. 2008 .
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