Pergunta: Gabriel ( Universidade Estácio de Sá – RJ )
Olá Dr. Mario, parabéns e obrigado a você e toda equipe do site, por abrir este tão necessário espaço.
O meu questionamento é sobre a Medicina Esportiva, especificamente, a residência direta e o mercado de trabalho. É claro que fazer somente Medicina Esportiva, principalmente no Brasil, estreita seu horizonte no mercado de trabalho. Porém, vocês têm informações concretas sobre remuneração e oportunidades após se formar? Me interesso pelo trabalho com atletas de alta performance.
Pergunta: Gabriel ( Universidade Estácio de Sá – RJ )
Olá Dr. Mario, parabéns e obrigado a você e toda equipe do site, por abrir este tão necessário espaço.
O meu questionamento é sobre a Medicina Esportiva, especificamente, a residência direta e o mercado de trabalho. É claro que fazer somente Medicina Esportiva, principalmente no Brasil, estreita seu horizonte no mercado de trabalho. Porém, vocês têm informações concretas sobre remuneração e oportunidades após se formar? Me interesso pelo trabalho com atletas de alta performance.
Resposta :
Apesar do nome, a Medicina do Esporte não lida somente com o atleta. Diversos estudos epidemiológicos cientificamente consistentes têm demonstrado de forma clara e inequívoca a influência benéfica da atividade física regular para a saúde, reduzindo a mortalidade, reduzindo a incidência de muitas doenças e melhorando a qualidade e a quantidade de vida em portadores de doenças cardiovasculares, pulmonares, endocrinológicas, renais, neurológicas, osteo-mio-articulares, oncológicas, etc.
Desta forma, há diversas sub-especialidades dentro da Medicina do Esporte. O médico do esporte pode lidar com atletas de alto nível; com indivíduos comuns, não atletas, de todas as faixas etárias; indivíduos aparentemente saudáveis e portadores de doenças cronico-degenerativas como diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (incluindo a asma brônquica), hipertensão arterial, doença coronariana, osteoporose e obesidade, apenas para citar as mais importantes.
Existem desta forma segmentos da Medicina do Esporte extremamente importantes como a Traumato-Ortopedia Desportiva, que trata das lesões ósseas, articulares e musculares associadas à atividade física; a Cardiologia do Esporte, que está relacionada com a avaliação cardiovascular nos praticantes de atividade física, seja a nível competitivo ou não; a Medicina do Exercício, que estuda a utilização clínica do exercício em portadores de diversas doenças ou em grupos populacionais especiais como idosos, mulheres e crianças; há ainda os especialistas em controle anti-doping. Enfim, é uma especialidade cuja abrangência é bem maior do que o termo “Medicina do Esporte” sugere.
Muitos confundem ortopedia com medicina do esporte. Veja algumas observações a respeito.:
Ortopedia e Medicina do Esporte são especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Ambas tem programas oficiais de residência médica com duração de 3 anos e de acesso direto para os graduados em Medicina.
Existem ainda cursos de pós graduação em medicina do esporte, que podem ser feitos por qualquer médico, com duração de 360 horas ( geralmente aulas sabados e domingos – 8 às 18 horas, uma vez por mês ).
Alguns ortopedistas após a residência em ortopedia, se aperfeiçoam nesses cursos para se envolverem mais com os esportes em geral.
Do ponto de vista mercado de trabalho e se você gosta de esportes, talvez um bom caminho seja a ortopedia como especialidade inicial e depois a medicina do esporte. Assim você teria uma área de atuação maior.
Algumas informações sobre a ortopedia podem te ajudar :
A ortopedia está na relação das melhores especialidades do momento. População envelhecendo com conseqüente mais problemas ortopédicos. Maior valorização do culto ao corpo, maior crescimento das academias de ginástica e ainda a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas apontam para um incremento da atividade física pela população com conseqüente aumento das lesões de esforço repetitivo.
A ortopedia também é uma das especialidades com maior número de procedimentos pequenos e médios em ambulatório, além de cirurgias de médio e grande porte. Tudo isso contribui para agregar valor à consulta do especialista.
A qualidade de vida do ortopedista não é tão boa quanto a do dermatologista ou do oftalmologista, por exemplo, mas como a maioria dos procedimentos é eletiva, não é difícil de organizar a agenda particular do especialista.
Com 5 anos de formado vc terá terminado a residência dois anos antes e provavelmente estará dando plantão como ortopedista, recebendo um salário de cêrca de R$ 7.000,00/mês/24 h de plantão semanal (esse valor vai variar dependendo da cidade onde estiver trabalhando).
Se já tiver iniciado atividade em consultório particular próprio (sugiro que alugue um horário em um consultório de ortopedia a partir do segundo semestre do R2), poderá estar atendendo no consultório 3 tardes por semana e se atender apenas 3 pacientes particulares por dia, cobrando uma faixa de 300,00 a consulta, estará faturando mais uns 12.000,00 por mês.
Somando o valor do plantão mais o valor do consultório e mais alguns procedimentos e cirurgias como cirurgião ou como auxiliar, poderá tranquilamente estar recebendo mais de R$ 20.000,00 por mês.
Daí pra frente e com possibilidade de conseguir alguns convênios com planos de saúde, sua remuneração tende a aumentar.
Concluindo: optando pela ortopedia vc estará fazendo uma boa opção, mas é importante que vc analise o dia a dia dessa especialidade e veja se esse cotidiano, tipos de pacientes e tipos de patologias serão confortáveis e prazerosos para vc.
Sucesso
Mário Novais