A otite média aguda (OMA) é a principal complicação do resfriado comum (5-30% dos casos), sendo a faixa etária dos menores de 2 anos a mais acometida. A idade configura como fator de risco pela própria anatomia da tuba auditiva, que é mais curta e horizontal (dificulta a drenagem da orelha média). Outros fatores de risco incluem: pobreza, aleitamento artificial e tabagismo passivo.
Pediatria: Otite Média Aguda
A otite média aguda (OMA) é a principal complicação do resfriado comum (5-30% dos casos), sendo a faixa etária dos menores de 2 anos a mais acometida. A idade configura como fator de risco pela própria anatomia da tuba auditiva, que é mais curta e horizontal (dificulta a drenagem da orelha média). Outros fatores de risco incluem: pobreza, aleitamento artificial e tabagismo passivo.
Os microrganismos mais frequentemente identificados são: pneumococo (30-50%), hemófilos não tipável (25-30%) e Moraxella catarrhalis (10-15%). Nos países com vacinação antipneumocócica, o hemófilos não tipável já aparece como agente mais comum. Como dito anteriormente, o resfriado comum é o principal fator predisponente de OMA. Outros fatores incluem a hipertrofia da adenoide (pode provocar obstrução do óstio tubário) e anomalias congênitas, como fenda palatina e síndrome de Down.
Vale lembrar que os principais sinais clínicos de OMA são a otalgia (por distensão do tímpano) e a otorreia (drenagem de pus por perfuração do tímpano). Em crianças menores de 2 anos, a clínica costuma ser pouco específica: podem apresentar sinais indiretos de otalgia, como levar a mão ao ouvido frequentemente, irritabilidade, choro intenso, dificuldade para dormir, febre e até sintomas gastrointestinais.
O diagnóstico é confirmado pela otoscopia. A membrana timpânica normal é transparente (podemos visualizar o cabo do martelo), brilhante (com presença do triângulo luminoso) e côncava. As alterações observadas durante o exame incluem a hiperemia, a opacidade e, principalmente, o abaulamento da membrana (é o sinal mais importante e mais específico). Observe abaixo as imagens de uma otoscopia normal e de uma com alterações.
Apesar de observarmos cura espontânea em cerca de 80% dos casos, a maioria dos autores ainda recomenda tratamento com esquema antibiótico. O esquema de escolha é a amoxicilina 80-90 mg/kg/dia por 10 dias. Se falha terapêutica, podemos utilizar a combinação de amoxicilina com clavulanato.
Igor Torturella